B u r u r u

Li hoje, neste Recanto, uma crÔnica de Suzana França, "A Hipocrisia do Discurso" que, sinceramente, me emocionou: o fato de aindfa existir pessoas como ela que se indignam com as inustiças ea discriminação. Na sa crônica ela conta que pagou em cheque a um mecânico competente, negro e que vstia roupas que não são as das pessoas consideradas elegantes, e ele não conseguiu descontar o cheque no banco. Desconfiaram do mecânico, dscriminaram, pensaram o pior. Suzana foi ao banco com o mecânico e resolveu o problema, após algumas desculpas esfarrapadas de praxe, a assinatura precisava ser renovada e outras hipocrisias, ela rasgou a fantasia e explicitou o motivo. Foi um comportamento cidadão, mas uma prova cabalque ainda existe essa praga no Brasil. Ecomo existe. Não é ua simples discriminação, é uma doença, é o ódio de classe.

Fui bancário por quase 31 anos. Sei muito bem como funcionam os bancos e sei que ahá uma política de prestigiar os grandes clientes e tratar quase com desdém os clientes humildes. Não, nao é só nos bancos particulares, , mas também nos oficiais. Faz parte da sacanagem do sistema e de oorientação da direção dos bancos, da ólítica dos bancos. Grfande é grande, pequeno é pequeno. Sempre fui um dissidente no banco. Só não fui demitido porque não era optante pelo FGTS, tinha estabilidade.

Vou contar apenas um causo do meu tempo. Era a época do Brasil grande, no auge da ditadura militar, o banco fazia o crédito rural, resolveram financiar os agricultores que não tinham terra, estes arrumavam uma "carta de anuência" dos proprietários das terras, os latifundiários, que por uma quantia a ser paga posteriormente, permitiam que o camponês fizesse uma plantalção. Um deles foi um cara que nao me lembro do nome por xtenso,só do apelido, Bururu. Com muita paciência ele fez cadastro, arrumou a carata de anuência, o avalista e fez um empréstimo para aplantar 2 ha de tomate. Plantou, tudo certinho, não desviou um centavo como faziam os clientes grandes, a fiscalização constatou a normalidade, ele levantoiu as outras parcelas do empréstimo, ka tudo bem, mas aí veio a pragaq, o "requeima" e, como outros agricultores, Bururu perdeu tudo. Tudo mesmo. Quando faziam o emp´reswtimo ele era garantido pelo Proagro, um seguro. Bururu estava a par disso, embora tenha ficado muito triste não desistiu, foi pra Petrolina ytrabalhar alugado numa plantação. Não sabia que havia um prazo para requerer aos benefícios do Proagro. Resultado, Bururu perdeu o prazo e ficou, como diz a norma, inadimplente. E tome cobranaça, advertência, a tal Operação Bom Pagador no seu encalço. Ele voltou,fico aperriado, tentou explicar que anão sabia do detalhe de requerer dentro do prazo, mas o banco foi inflexível, se anão pagasse seria executado judicialmente. Fiz o que pude, escrvi até para o presidente da República, botei a boca no trombone, fiu advertido por uma auditoria, mas nao consegui nada. O coitado envergonhado, levava, pasmem, muito a sério o seu nome, não qeria ficar sujo na justiça como diziam os cobradors do banco, começou a trabalhar feito um louco, vendia tapioca, cocada, levava fretes, servia de ajudante de cminhões, e ia pagand devagarinho seu débito. Aquilo doía muito, ainda junto com alguns colegas tentamosfazr uma cota, mas Bururu rejeitou, era altivo, o resultado é que pagou tudo, tostão or tostão. Quando liquidou ele matou uma galinha em casa e fui com amigos comemorar. Esse causo nunca esqueci. Sempre disse que Bururu era um símbolo da nobreza, daquilo que pe nobre num homem, a consciência, a defesa do seu nome, injustiçado mas na verdade um cencedor, envergonhou um órgão oficial injusto. Difo isso porque a maioria dos grandes clientes que recorreu aos benfícios do Proagro, que teve quitada sua dívidas, não aplicou nem um terço do crédito aplicou no overnight. Outros mais tarde, grandes devedors, inclusive políticos, que fizeram grandes empréstimos e dewsviaram o crédito tiveram, mais tarde, seus débitos perdpados por ato do governo.

A crônica de Suzana e uma esperança. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 29/08/2017
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