Tempo de desamor

Não posso afirmar que esteja tudo perdido, porque não é correto generalizar, mas que vivemos um tempo de desamor, não há como se negar. Dedesamor, impotência, tristeza, perplexidade e desesperança, aí compreendido o surto de ódio que grassa no mundo todo. Não há mais oásis, ilhas da fantasia, sangri-las... Não há mais nenhum lugar seguro no Planeta Terra. Vive-se subjugados ao império do medo. Em todos os sentidos. Cuida-se das portas depois que elas são arrombadas, dos probemas depois que eles ocorrem, cuida-se das consequências da volência e de toda sortede problemas e atentados. Em todos os níveis.

Afora o papa, não se vê uma grande liderança botando o dedo na ferida,tentando ir às raízes dos problemas, tentando previni-los, evitá-los. Prefere-se silenciar sobre as raízes da violência. E ela vaise repetindo ad nauseam. Qual será a próxima? Enterra-se os mortos, cuida-se das demais vítimas,mata-se alguns teroristas e... tudo recomeça. Faleino terrorismo, mas há a fome, a exploração dos países pobres, toda sorte de problemas causados pela ambiçãodo hmem, inclusive os crimes contra o meio ambiente.

Cadê o amor? Cadê a solidariedade? Cadê a paz? Cadê a compreensão, a fraternidade, apartilha, a coragem de lutar por um mundo melhor, mais justo e em paz?

Há uma ofensiva do materialismo,não se respeita a natureza e nem o Criador. Por outro lado,usa-se a fé para retaliar. O eterno duelo entre o materialismo do imperialismo e o fundamentalismo das religiões fanáticas,ambos massacrando, torturando e fomentando o desamor e as guerras. O homem sendoolobodo próprio homem.

Acho que chegamos àquele tempo que Drummond profetizou num antológico poema do qual transcrevo u verso:

"Chega um tempo em que não se diz mas meu Deus./ Tempo de absoluta depuração./ Chega um tempo em que nao se diz mais meu amor./ O amor resultou inútil./ Os olhos nao choram./ O coração está seco".

Que Deus salve o mundo. Amém. Inté.