Quando a Noite Vai (PT. 2)
Os risos que disfarçam, lágrimas que não escorrem
Ecoam minhas lástimas, enquanto os sonhos morrem
Ilusão que crio, contemplo o imaginável
Loucura miserável, inevitável, durável
Não olho pra trás, porque não é lá que nós estamos
Não foi lá que paramos, e não é pra lá que vamos
Agonia que é interminável num pensamento veloz
O que entristece é saber que a mente é o maior algoz
Evidente que o inimigo não pode ser diferente
Só se sabe combater quando vê que a mente, mente
Passam-se cadernos, ternos, invernos
Longe da verdade, escravo do mundo externo
Quando a noite vai, me debruço na sacada
E vejo o mal na forma distorcida e incontrolada
O dia amanhece e se posta no seu lugar
E a tal paz interior eu prossigo a buscar..