Quando a Noite Vai (PT. 2)

Os risos que disfarçam, lágrimas que não escorrem

Ecoam minhas lástimas, enquanto os sonhos morrem

Ilusão que crio, contemplo o imaginável

Loucura miserável, inevitável, durável

Não olho pra trás, porque não é lá que nós estamos

Não foi lá que paramos, e não é pra lá que vamos

Agonia que é interminável num pensamento veloz

O que entristece é saber que a mente é o maior algoz

Evidente que o inimigo não pode ser diferente

Só se sabe combater quando vê que a mente, mente

Passam-se cadernos, ternos, invernos

Longe da verdade, escravo do mundo externo

Quando a noite vai, me debruço na sacada

E vejo o mal na forma distorcida e incontrolada

O dia amanhece e se posta no seu lugar

E a tal paz interior eu prossigo a buscar..

Rafael Toledo
Enviado por Rafael Toledo em 17/08/2017
Código do texto: T6086765
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