VAMOS FALAR SERIAMENTE
Quando discuto posições político-partidárias, comportamentos de gestores públicos ou de agentes de outras Instituições fico com a sensação incômoda de que tem sempre algo errado. Lula, Dilma, Temer, Aécio, Janot, Gilmar Mendes, Meirelles, seja quem for e sem qualquer mérito ou demérito ao papel que desempenham, são personagens de um vaudeville cívico, por todos nós sustentado e que se movem conforme enredo escrito por autores contratados pelos que alugam o terreno, a lona, o picadeiro, as arquibancadas, os cartazes e as coristas de longas e belas pernas. No Brasil é de um jeito, nos Estados Unidos da América ou na França, de outro, e por aí se vai. Conforme o script, ora uns são mocinhos, ora bandidos, poucos censuram os autores da peça e, sobretudo, os patrocinadores, que ficam com quase toda a bilheteria. O personagem, às vezes, nem está bem consciente, mas é um simples avatar, uma ficção política a serviço daquele discreto senhor calvo e gordinho, que se apropriou da mina de ouro ou do poço de petróleo e agora distrai a patuleia. Ninguém absolverá os pecados do exibicionismo e da ganância com que muitos maus atores se desnudam, mas é preciso bem mais atenção com as engrenagens e interesses que geram tão desastrosas peças.