UM POUCO DE EXIBIÇÃO

Artistas, políticos, intelectuais exibem-se na imprensa tradicional, às vezes fundamentadamente, outras, por força apenas do costume, da falta de notícia ou de certo “clubismo” que se forma de tempos em tempos. As redes sociais acolhem a expansão de todos os egos, suplantando seguidamente a mídia tradicional no que concerne ao despertar de interesse dos navegantes. As exibições pessoais podem ser abertas ou sutis - muito natural, humano. Quero ter agora um momento explícito de auto-exaltação, se me permitem. Na bela festa de casamento da sobrinha Maria Luíza, neste sábado, na Sociedade Libanesa, fiquei muito contente com o estímulo da grande família pela publicação de meus despretensiosos textos na internet. Não imaginava que houvesse tal acompanhamento, já que vários leitores permanecem em “silêncio virtual”. Via de regra, um livro não provocaria tais manifestações espontâneas, salvo sendo um escritor profissional, consagrado, notadamente autor de romance (que, infelizmente, não é minha praia). Muito bom, muito bom mesmo, por isto estou me exibindo um pouco, compensando momentos em que me sinto sem sentido, cansativo e exagerado em meu vício de escrever. Na própria família, há bem melhores escritores, sendo um deles realmente incomparável, que é Sérgio Faraco. Não estou disputando troféu, mas uma comunicação interessante e construtiva com todos pela força da palavra. E, enquanto digito, vou me dando conta de que toda minha vida profissional, nos diversos campos em que atuei, escudou-se no trabalho com a palavra, da mesma forma como alguns primam pelo trabalho com números ou com o traço artístico, por exemplo. A internet tem sido minha salvação, pois não mais suportava o desgaste de editar um livro, gastando papel e saliva para alcançar poucos e, quiçá, constrangidos leitores.