Amanhã

Você irá mudar de emprego, vai viajar, vai conhecer novas pessoas, não vai reconhecer outras, vai se apaixonar, vai se separar, vai se arrepender pelo que não fez, vai perdoar uma velha ofensa, vai brigar por algo que não terá sentido mais a frente, vai rir do que um dia lhe fez chorar, vai chorar pelo que um dia lhe fez rir, vai adoecer na subida, vai lutar contra a descida, vai simplesmente agradecer sem pedir nada, vai ver alguém nascendo e vai ver alguém morrer,...

Mas amanhã você também irá morrer, não a morte do seu corpo, mas a morte de quem você é.

E não há nenhuma fatalidade nisso, porque a vida nos convida a renascer diariamente.

Podemos achar os dias iguais, mas nunca o são, sempre acontece alguma coisa, por menor que seja, que nos desafia a repensar quem somos ou quem escolhemos ser.

Viver como se fosse o último dia (Carpe Diem), não é um ato imediatista e inconsequente. Viver assim, é estar aberto(a) para as oportunidades que surgem e extrair delas o melhor que há. É renunciar aos rótulos, esteriótipos e certezas que, por algum motivo ou alguém, você acreditou ser. É uma entrega intensa e inteira sem se pré-ocupar ou se angustiar pelo que não pode mudar! Porque o poder da mudança não está no amanhã. Ele vive no agora, que também é o presente. Presente que pode negar ou receber de braços abertos. Ainda que como ele, nunca terá outro igual. Mesmo que semelhante, a vida nunca se repete. Para morrer, basta estar vivo, mas muitos vivem, morrendo.