Maldade sincera
Maldade sincera
Sara sempre foi muito sincera. Desde pequena envergonhava a mãe e divertia o pai com a sua franqueza. Era começarem a se arrumar para um passeio e lá vinha Sara fiscalizar a genitora.
A senhora vai com esse vestido? Está parecendo um saco amarrado.
Seu cabelo está muito estranho. Parece que nem penteou!
Para quê tanta maquiagem? Está igual ao Patati.
A mãe se chateava com essas observações, e principalmente com as risadas do marido que achava engraçadas as críticas da criança. Os vizinhos não gostavam de Sara. A menina já havia causado muito mal estar e saia justa. Reparava em tudo e apontava defeitos.
O tempo passou e Sara tornou-se moça. Maledicente e debochada. Conheceu um bom rapaz em outra cidade e em pouco tempo casou. O marido muito apaixonado perdoava e tentava entender a maldade da esposa. Tiveram uma linda menina, porém muda. Sara lamentava a condição da filha, mas Arnaldo o pai ,agradecia a Deus em segredo, por o ter livrado de outra língua ferina.