Pés que andam por traçados retos, trajetos incertos compassos abertos pisando no solo marcando assim caminhando.

Calçados aberto, sandálias de dedos.
 Sustento nas rochas, areias macia, em verdes gramados, em ruas e vias, os tranco e barrancos, sem dores, e sem prantos, obedecem aos comandos do mestre cabeça no alto do tronco.

Olhos, servindo, atento alertando obstáculos a que venha surgir.
Um buraco a frente, um toco, um pouco de espinho, no caminho uma pedra, uma placa de alerta, de pálpebras abertas não guardo segredo ao pestanejar.

 Sou todo ouvido a escutar, nestes tantos zelos não tenho medo de tropeçar.
Escuto de tudo estou sempre ligado não tenho travas, abertos a tudo, o barulho das ruas um motor acelerar.

No alto do prédio uma antena os sons da emissora a propagar, notícias quentinhas caso ocorrido a poucos instantes, horrores de guerras, ensanguentados, um carro bomba, esta explosão  não quero escutar.

Da boca um grito em desespero, estilhaços e detritos na rua, espalhado, caído, corpos sem vidas estendidos ao chão, fanático indevido de um deus religião.

 Pés que não andam noites eternas olhos não veem, bocas caladas, paralisadas agora sem vidas, que comoção, morreram pra sempre, estes nossos irmãos.

Alguns mutilados, de pernas quebradas sem movimentos, nem passos não tem.
Sem vais e vens, martírios, penas em pena, obediência divina terá que aceitar, nesta vida terrena ou talvez no além. .


Antônio Herrero Portilho/07/6/2017  .
Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 07/06/2017
Reeditado em 13/06/2017
Código do texto: T6020604
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