A culpa é da dona Marisa

A política é uma terra sem lei, sem feitor, sem cabresto. Pra safar a própria pele tudo pode e nisso não prevalecem quaisquer regras de decência, coerência ou pudor. Pode tudo, inclusive botar a "culpa" na falecida, a qual até agora não se manifestou pra se defender. Os gurus do Olimpo desta nefasta janela do marketing, o político, são imbatíveis na missão de achar tufos de pelo em ovo pra livrar a cara dos seus clientes e, para tanto, colocar a morta como vilã e assim suavizar o peso do machado na lei em que deveria ser esquartejado até a quarta geração. Há de se reconhecer sua cara-de-pau em fazer uso de um argumento que poucos se deram ao trabalho de supor e, assim, "surpreender" o juiz, calejado até o pescoço para enfrentar esta turma que sempre consegue se safar nos 45 minutos do segundo tempo. Botar a mulher morta como mentora intelectual da falcatrua que a lei o cerca por todos os lados é golpe de mestre. Assim o coitado se fará de vítima e conseguirá virar o jogo. Conseguirá nada. A corda está apertando no cangote e desta vez vai cair do cavalo. Ver o sol nascer e morrer quadrado será seu passatempo diário por longos anos. Até que a vida o faça reencontrar com a falecida e então poderão acertar suas contas. Disso ele não escapa e pra isso não tem mão de marketeiro pra fazer valer outro cenário.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 17/05/2017
Reeditado em 17/05/2017
Código do texto: T6001599
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