DEUS DENARIUS

Há pessoas tão pobres, mas tão pobres, que a única coisa que elas têm é o deus denarius.

Acham que já têm tudo.

Mas elas não percebem que a única coisa que elas têm é o deus denarius.

Uma religião denariana que cultua o deus único e louco, o crémata.

Os membros dessa religião amam os seus adeptos.

E os adeptos por sua vez também são pobres, eles têm somente o crémata.

Eles, em sua maioria, detestam os ricos de coisas que eles não valorizam.

Há no coração desses fiéis do deus denário um ódio por aqueles que são muitos ricos.

Os que possuem tudo, menos o denário.

Pois não fazem parte dessa religião que cultua o material, o capital e nada mais.

Quanto mais eles tirarem os denários das mãos dos pobres melhor.

A teologia denariana é da prosperidade para quem está envolvido nela.

Os denarianos excluem os negros, os índios, os que vivem à margem da sociedade.

Não valorizam quem não é do deus denário.

Se os ricos de fato, não produzirem e consumirem estarão perdidos.

E quanto mais pessoas longe do denarius houver, mais eles se fortalecem.

A teologia deles visa: eu vim para ser servido e não servir. O primeiro será sempre o primeiro à custa do último que será sempre o último. O maior será sempre o maior à custa do pequeno cada vez menor. Quem ganha é quem sempre ganhou e continuará ganhando, à custa do perdedor que sempre para ele perderá.

Quem não tem o deus denarius terá que passar a vida obedecendo e servindo quem tem.

Os ricos de saúde, de moralidade, de caráter, de fé, de esperança, de sonhos, de coerências, de amizades sinceras, de simpatias, de respeito humano... Esses sempre serão uma ameaça à religião denariana.

Salve os ricos de tudo e pobres do deus denarius.

É isso aí!

Acácio Nunes