SEMENTE CENTENÁRIA 19ª PARTE

O VU DO TIRÉIS

Havia entre a casa de escola antiga e o grupo novo, uma grande árvore de vinhático, madeira nobre, acredito, que se tivesse a mesma sorte do nosso lendário jatobá poderia hoje ser mais uma de nossas referências históricas, mas infelizmente ele não foi preservado.
Pois bem, certo dia Belmiro Benevenuto, popularmente conhecido como (Tiréis) querendo bancar o lendário Ícaro, escalou a grande árvore e de seu topo gritou:
-- Dona Geralda, ô dona Geralda!...
A mestra chegou à janela:
--O que foi Belmiro?
--Eu vou avo ar!
--Desça daí, meu filho, faz isso não, você machuca!
-- Machuca não, dona Geralda, eu bato asa, quer ver?
--Faz isso não, meu filho!
Tiréis arrancou batendo braço, deu um “finquete” de ponta cabeça no chão. Dona Geralda imaginando mil coisas, correu até ele e pediu ajuda, levaram uma lata com água despejaram em sua cabeça, mais alguns minutos, ele voltou em si.
--Ai, ai, dona Geralda!
--Eu não disse Belmiro, não faça mais isso, já viu!
--Tamém eu sou bobo demais, de outra vez vou amarrar umas penas nos braços mode arrancar o vou.
-- De outra vez você morre Belmiro, tire este sonho de voar de sua cabeça!


(OBS: (No vocabulário matuto, Tiréis é o mesmo que bóia, rango, significa comida.)












 
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 17/04/2017
Reeditado em 17/04/2017
Código do texto: T5973219
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