SEMENTE CENTENÁRIA 16ª PARTE

A PRIMEIRA DIRETORIA DA ESCOLA

Dois anos haviam se passado. Desde a mudança de D. Maria Guerra para Bom Despacho, sua ausência deixou um profundo vazio na comunidade escolar do Engenho. Mas a vida continuava, e teria que seguir em frente. Findava o ano de 1952, era o final de mais um ano letivo, o primeiro em que a escola funcionou com quatro turnos. Uma conquista importante, motivando comemoração e euforia, com a diplomação dos primeiros alunos que concluíram o recém criado 4º ano do curso primário. Após a Instituição de sua primeira diretoria cujo cargo Maximo, foi ocupado pela venerada, e nobre professora Dona Geralda Caetano, natural de Dores do Indaiá, casada com Geraldo Candido um filho de nossa terra.
Os primeiros diplomados na escola foram:- Teodósio, Jésus do Cablôco, Nego do Cintico, Paulo Rosado, Haidê filha de Lica cunha, Santa do João Bernardes, Lourdes da Cota, Ilma do Vicente Balbino, Getulinho, e Dirce!(Filhos do Getulio Fidelis,) Durica, Nego do Zé Major, Dezinho franga, Nezinho Luzia, Antonio de Jacinto Toco, Antonio da Balbina Lourdes Elpidio, Conceição do Alberto um casal de filhos de Elias Fidelis, e outros.
A partir deste evento, todo o respeito e atenções que a comunidade devotava cultuando D.Maria Guerra, foi transferido para D. Geralda Caetano. Sendo ela a diretora da escola. Muito querida pela população por seu valor como educadora. Naquela época, para a sociedade, uma professora tinha o valor e a mesma conotação atribuída a um medico ou outro profissional que possuísse formação de grau superior.
Com a carência de profissionais na área de ensino, obrigatoriamente aquela que ocupava o cargo de diretora da escola, continuava lecionando para uma classe, cobrindo essa deficiência.
Com a melhoria do ensino ao invés do que a população sonhava para progredir. Começaram as piores divergências partidárias. Com o governo do PSD que acabava de assumir o poder estadual. Promoveram uma serie de retaliações, absurdas, desnecessárias e inconseqüentes na comunidade. A liderança local do PSD. Acobertada pelo poder do estado, interferiu na administração escolar, demitindo as professoras contratadas pela liderança adversária, Dona Emilia esposa do Pedro Dinho, e dona Maria Conceição de Jesus a (Dona Neném do Nenzinho Roque) duas excelentes professoras muito queridas pelos alunos. Foram as mais injustiçadas não mereciam tamanha humilhação, aliás, ninguém merece.
Contrataram outras, militantes de sua agremiação partidária, que, alem de mal preparadas para o magistério, sem a mínima condição de lecionar, instruídas pelos políticos que as apadrinharam, promoveram um enorme descaso com os alunos filhos de militantes da UDN. Foi tamanha a retaliação, ao ponto de os diplomandos da ala adversária, ter suas notas rebaixadas pelo inspetor escolar.
Demitiram Dona Geralda do cargo de diretora, ela só não perdeu o cargo de professora por ser ela a única nomeada pelo estado, colocaram como diretora a esposa do líder político do PSD.
De mãos atadas sem ter a quem recorrer os pais militantes contrários ao partido que no momento ocupava a situação. Tiveram que montar escolas e contratar professores particulares para ensinar seus filhos. Apenas algumas crianças com certa capacidade para estudar sem muita dependência da professora continuaram na escola publica, inclusive eu.



(Foto do meu arquivo pessoal - predio atual da escola )



 
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 27/03/2017
Reeditado em 27/03/2017
Código do texto: T5953389
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.