COMPOSTA SOLIDÃO... DOR EFÊMERA!
Vou tentar descrever o fenômeno
daquilo que lateja aqui dentro desta
composta solidão!
Talvez eu tente a vida inteira e
todas as tentativas que se realizem
trarão uma retórica ímpar!
Sei dizer apenas deste segundo que
o nó intensifica em minha garganta e
nada posso pronunciar por ser uma
dor que trucida enlouquecendo
os olhos, as mãos, o coração e
a alma!
Dor de sentimento que por certo
não se chama amor!
Dor que farta!
Dor de perda,
de silêncio que grita agonizando!
Dor que diz amém!
Dor de gente que grita ser gente
e esfaqueia meu coração com
um simples gesto que falta no
encerrar de um abraço!
Dor que acelera o pulsar das vênulas
embriagadas por tantos motivos de
existir sofrendo o sofrer de não poder
se conter!
Dor que possui tantos nomes que não
podem se expressar e tampouco serem
escritos nesta fileira indescritível de pingos
que falecem ao chão narrando o fincar
de mais um dia em vão!
Tentei não me delatar,
mas não consigo ser preciso e
a imprecisão me revela precisando
sempre de você!
A dor aumenta!...
Dói sem avisos e ao avisar-me
derranca todos os nós que
em ferimentos profundos se transformam
sangrando a cantiga dolorida de
uma noite martirizada com tantas
lembranças suas!
©Balsa Melo (Poeta da Solidão)
08.02.06
Cabedelo - PB