A Grande Batalha

Dia frio, uma chuva fina cai sobre meu corpo. O campo de terra se transforma aos poucos em lama, dificultando a locomoção. Nuvens brancas cobrem todo o céu enquanto um vento frio sopra do sul. Uma neblina, não muito espessa, cobre parte da visão me possibilitando ver o outro lado, que está coberto de gente sedento por um grito de vitória ao fim desta batalha.

Ao meu lado direito está Ícaro, um guerreiro forte e destemido, lutando apenas com as mãos, repudiando todo e qualquer uso de armas em campo. Seus punhos estão cerrados e sua expressão assustaria até mesmo alguém que, eventualmente, o abordasse na rua.

Oposto a ele está Raphael, seguido de Michael. Ambos grandes companheiros que trazem no peito a lembrança do porquê desta batalha.

Visto um colete de couro marrom. No peito uma cobertura metálica auxilia na proteção de um fortuito golpe. Uma calça do mesmo tecido do colete e uma bota de cano alto completam a parte debaixo da minha vestimenta. Nas costas tenho arco e flechas e a minha lateral, ainda embainhada, está Mab, uma espada de aço que possui,Ler mais... também, um cabo, revestido de borracha, preto que garante aderência.

Um arrepio corre por todo meu corpo. A incerteza da vitória faz minhas pernas tremerem, mas continuo na mesma posição, encarando o flanco adversário.

- Preparem-se! - grito com toda a força que o pulmão proporciona.

Ouço gritos de resposta. Homens batem com a espada no escudo enquanto bradam palavras de ordem. Saco Mab da bainha, giro no meu eixo e encaro o rosto daqueles que lutarão por suas ideias. Torno a girar e me coloco frente a frente com o inimigo.

- Deixem que suas espadas falem por vocês! Deixem que este dia seja lembrado como um dia de vitória! - aponto a espada para frente, comandando o ataque.

Os guerreiros começam com uma pequena corrida que, aos poucos, é elevada, enquanto continuam bravejando palavras de ordem. A cada passo, o time adversário se aproxima e a insegurança só aumenta.

O toque dos dois lados é colossal. Sangue é espalhado numa enorme facilidade. A bagunça é generalizada e o som do encontro do aço toma meus ouvidos. Vejo vários corpos ao chão, homens que erguem a mão suplicando por mais uma tentativa. Ergo a mão para levantar o enfermo, porém sou atingido em cheio na linha de cintura e jogado ao chão, fazendo Mab cair um pouco a frente. Socos são desferidos contra meu rosto e a surpresa impossibilita qualquer defesa. Um vulto cruza da direita a esquerda. Meu oponente feroz cai ao lado, atingido pelo punho de Ícaro. Minha visão está turva, mas ouço sua voz a me dizer:

- Levante, irmão. Ainda há muito que batalhar! - ele ergue a mão para me apoiar.

Me levanto, ainda tonto, pego a espada no chão e me coloco em posição de ataque. Perfuro um dos inimigos que tentara me golpear de cima para baixo.Puxa a espada de seu corpo já falecido e com a força gerada golpeio outro homem.

Um som estridente invade o campo de batalha, monopolizando a atenção de todos. Olho para o lado e avisto um relógio marcando dezessete horas.

- Hora de ir embora, irmão - Ícaro me diz, enquanto se levanta arrumando a sua mesa.

- Parece que sim, mas o dia foi produtivo - repito sua ação.

Fim do expediente.

Escrito por Igor, que aguarda ansioso pelo fim do expediente.

Igor Pedro
Enviado por Igor Pedro em 07/03/2017
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