O Grande Peido!

O GRANDE PEIDO

No domingo pré-carnavalesco, por volta das onze horas, quando eu voltava para casa vindo da casa de minha filha num ônibus da linha Alameda Paulista em direção ao terminal rodoviário do Rio Doce, com o coletivo super lotado de jovens que iam ao desfile das Virgens de Olinda, aconteceu o inesperado: Um peido no meio daquela multidão de passageiros. E por quê inesperado se peido é uma coisa pra lá de normal onde tem gente?

Respondo: O inesperado no caso não foi o peido, foi a catinga dele!

Menino a podridão foi tão grande que deu mais de um minuto de mau cheiro para todo mundo. Do motorista, um velhote magro de cabelos grisalhos e bigode espetado, até o último passageiro do banco traseiro.

Considerando-se o fato de quase todos os passageiros serem jovens adolescentes ou quase isso, reinava dentro do coletivo uma certa tranqüilidade que foi para o espaço quando o danado do pum se fez cheirar:

-- Isto é peido de mulher! – gritou um gaiato.

-- Engano seu meu bem, isto é peido de viado! – rebateu uma jovem não menos gaiata.

-- Não é uma coisa nem outra. Isto é um peido coletivo, deve ter sido soltado por uma família inteira que jantou urubu ontem! – Gritou um terceiro (esta foi, em minha opinião, a hipótese mais sensata.) Fica difícil aceitar que um só buraco possa expelir tanta carniça.

-- Vamos investigar quem estar em família aqui! – sugeriu outro.

A anarquia tomou conta do carro, até o motorista entrou na brincadeira:

-- Outro desse eu paro o veículo e desço para respirar ar limpo! Riso geral.

Uma jovem que vinha sentada ao meu lado perguntou-me:

-- O senhor que já viveu mais que eu, sentiu algum dia uma catinga tão desgraçada como essa?

-- Olhe jovem. – ponderei – que eu me lembre não. Acho que esse deveria ir para o livro dos recordes!

-- Concordo com o senhor!

A preocupação geral era que a barriga do doente viesse a detonar outro jato de merda ali.

O ônibus parou na rodoviária e antes que a porta fosse aberta, o temor virou realidade: A catinga invadiu desta vez não só o coletivo, mas as cercanias do mesmo. O motorista do carro ao lado gritou para o colega:

-- Tais carregando carniça ai dentro pra quê?

Desesperados os jovens começaram a descer do coletivo pelas janelas no maior alvoroço.

De repente, dentro do danado só restavam eu, o motorista e o cobrador todos querendo descer primeiro.

Ri o tempo todo durante o restante do trajeto, já a bordo de outro ônibus, indiferente às interrogações estampadas nos rostos dos passageiros que olhavam para mim sem saberem o motivo do meu riso farto. Estou escrevendo a história rindo da festa que virou aquela viagem depois do ‘bendito’ PEIDO!

Por isso é que eu digo: CARNAVAL É UMA BRASA MORA!

Do meu livro Palco da Vida.

Vendas pelo fones: (81) 3010-6328/98887-1309