MÁQUINA DE DATILOGRAFIA
Lembro-me, quando ainda pré adolescente, passar pela secretaria da escola e sentir um cheiro forte de álcool, vindo do mimeógrafo, e o batuque personificado ao catar de milhos da antiga máquina de datilografia – vejam que nome lindo: Datilografia. Se eu tivesse uma filha eu a registraria com esse nome, ninguém o usa mais, virou um arcaísmo. Minha grande vontade era de entrar num curso para aprender a datilografar com todos os dedos, sem olhar para o teclado, era chique não olhar para o teclado; quem usava só dois dedos sofria bullying mecanográfico.
Certa vez eu fui fazer um concurso que exigia, como prova de avaliação, em uma de suas etapas, a redação de um texto datilografado. Como não tinha o curso, tampouco máquina, fiquei desestimulado, iria fazer só por fazer. Mas certo dia caiu uma maravilhosa “Olivetti” em meu colo, pasmem, não era uma máquina apenas, era uma Olivetti! É a mesma coisa de você dizer hoje, não é apenas um celular é um iPhone!
Pois fiz o concurso e passei em segundo lugar na prova de datilografia, só com meus dois dedinhos e claro, a sensacional Olivetti.
Houve um tempo do imperialismo das máquinas, de total monopólio; podemos dizer que a datilografia chegou a ser a Roma do Reino das redações, das digitações. Seu predomínio era tão impressionante que o primeiro requisito nas décadas de 60, 70 e 80 não era saber uma outra língua, mas saber datilografar.
A máquina de datilografia proporcionou a criação de uma nova profissão – o professor de datilografia. Para os grandes escritores utilizar uma Olivetti ou uma Remington era um ato quase que sagrado, e continuou sendo mesmo quando o teclado digital começou a pulverizar o monopólio maquinista.
A máquina serve, atualmente, como objeto de decoração vintage para museus, sebos, casa antigas, ninguém mais faz uso amador, depois da implantação dos desktops, notebooks e smartphones.
Eu tive tanta vontade de possuir uma máquina de datilografia, mas tanta vontade de escrever meus textos daquela maneira caduca – dedilhando sílabas trocadas, tendo que passar a sílaba correta várias vezes por cima da errada, usar corretivo... a vontade acabou, pois quando eu consegui aporte financeiro para comprar não uma, mas dez máquinas, não quis mais saber das demais... não chorei seus mortos, seus órfãos, seu império vencido e seu mundo esquecido; quando eu consegui comprar uma máquina, eu comprei, mas não foi uma de cano curto com apenas seis tiros; eu escolhi uma automática, que não me desse trabalho.
Certa vez eu fui fazer um concurso que exigia, como prova de avaliação, em uma de suas etapas, a redação de um texto datilografado. Como não tinha o curso, tampouco máquina, fiquei desestimulado, iria fazer só por fazer. Mas certo dia caiu uma maravilhosa “Olivetti” em meu colo, pasmem, não era uma máquina apenas, era uma Olivetti! É a mesma coisa de você dizer hoje, não é apenas um celular é um iPhone!
Pois fiz o concurso e passei em segundo lugar na prova de datilografia, só com meus dois dedinhos e claro, a sensacional Olivetti.
Houve um tempo do imperialismo das máquinas, de total monopólio; podemos dizer que a datilografia chegou a ser a Roma do Reino das redações, das digitações. Seu predomínio era tão impressionante que o primeiro requisito nas décadas de 60, 70 e 80 não era saber uma outra língua, mas saber datilografar.
A máquina de datilografia proporcionou a criação de uma nova profissão – o professor de datilografia. Para os grandes escritores utilizar uma Olivetti ou uma Remington era um ato quase que sagrado, e continuou sendo mesmo quando o teclado digital começou a pulverizar o monopólio maquinista.
A máquina serve, atualmente, como objeto de decoração vintage para museus, sebos, casa antigas, ninguém mais faz uso amador, depois da implantação dos desktops, notebooks e smartphones.
Eu tive tanta vontade de possuir uma máquina de datilografia, mas tanta vontade de escrever meus textos daquela maneira caduca – dedilhando sílabas trocadas, tendo que passar a sílaba correta várias vezes por cima da errada, usar corretivo... a vontade acabou, pois quando eu consegui aporte financeiro para comprar não uma, mas dez máquinas, não quis mais saber das demais... não chorei seus mortos, seus órfãos, seu império vencido e seu mundo esquecido; quando eu consegui comprar uma máquina, eu comprei, mas não foi uma de cano curto com apenas seis tiros; eu escolhi uma automática, que não me desse trabalho.