OS COLONIZADORES


Os primeiros colonizadores aventureiros que com suas ferramentas primitivas adentraram pelos sertões abrindo picadas nas matas virgem em busca de seus ideais, foram verdadeiros heróis. Fixaram suas residências às margens dos cursos d’água. Suas picadas e trilhas abertas a facão foi o primeiro e único meio de comunicação interligando as residências e aldeias que aos poucos povoaram o sertão. Limitados ao lombo do cavalo como meio de transporte, embora precárias e cheias de obstáculos, essas vias, motivaram o conceito da cordialidade e da boa vizinhança entre os habitantes daquele ermo sertão. Ao conviver com tamanhas dificuldades, essa situação legou ao sertanejo uma teoria errônea impregnada em seus conceitos, que se tornou uma tradição, afirmando que: para trabalhar na roça, se o filho soubesse assinar o nome era o suficiente, alguns mais esclarecidos acrescentavam a essa teoria a importância das quatro operações da matemática e nada mais. Com suas rédeas em mãos o tempo corria vagaroso no dorso do primitivismo, e manteve a síndrome do analfabetismo por muitas décadas e até mesmo por séculos. Lá pelo ano de 1790, Manoel Ribeiro se casou com Maria Rodrigues filha de Félix Rodrigues e de Maria D' Assunção residentes no Buriti do Jorge. Nessa mesma época Manoel Ribeiro recebeu de seu pai como dote, a fazenda Bom Jardim do Picão, adquirida de seu próprio sogro Félix Rodrigues. Local este onde ele fixou residência e montou seu engenho de cana movido a bois, engenho esse, que mais tarde deu nome ao distrito. Manoel Ribeiro faleceu em 1804. Mas A convivência de sua geração com o analfabetismo ainda permeou este Vale por mais de um século emperrando o desenvolvimento, da fazenda Bom Jardim do Picão,um tabu difícil de ser quebrado e combatido.por falta dos conhecedores nas letras.
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 04/01/2017
Reeditado em 04/01/2017
Código do texto: T5871679
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