Deusa do Futebol
Impossível falar da jogadora, Marta Vieira da Silva da Seleção Brasileira de Futebol Feminino, sem compará-la com algum craque da seleção de marmanjos. Durante a transmissão pela TV Globo do Jogo das moças do Brasil contra as moças dos Estados Unidos realizado no Maracanã neste dia 26/07/2007, cujo placar registrou, Brasil 5 X USA 0, o internauta, Carmo Galdino da cidade de Leme-SP, com participação ao vivo perguntou: “Noronha, pelo estilo de jogo a Marta poderia ser comparada a qual jogador?” O Noronha e Galvão Bueno, respondendo ao internauta fizeram suas comparações e deram seus palpites. O primeiro dissera que ela lembra o Zico, ex-Flamengo e Seleção Brasileira. O segundo, a comparou com o Kaká. Eu, porém, acho somente os dribles dela parecidos aos do Felipe e do Rivaldo, ambos ex- Seleção Brasileira, pois na verdade ela não se parece com ninguém, justamente por ter estilo próprio de grande artista da pelota, que sem favor algum, ela o é. Achei justíssimo ela ter sido escolhida pela Fifa como a melhor jogadora do mundo do ano passado. Agora, falar só da Marta, seria cometer injustiça com as demais jogadoras que nesse embate jogaram maravilhosamente bem como a própria Marta. Por isso registro aqui meus parabéns e agradecimentos às jogadoras, Andréia; Renata; Aline; Tânia; Elaine; Daniela Alves; Formiga; Rosana(Kátia); Marta; Cristiane(Pretinha) e Maycon, pela conquista do Bicampeonato Pan-Americano.
Impossível também falar dessas talentosas jogadoras, sem relembrar que até a bem pouco tempo atrás, a prática desse esporte era proibida às filhas de Eva, pois o Decreto-Lei 3.199 de 14/04/1.941 em seu artigo 54, dizia: “Às mulheres não se permitirão a prática de desportos incompatíveis com as condições da sua natureza”. Por isso, vendo hoje a realidade das coisas, chega-se à seguinte conclusão, ou o mundo mudou, ou os legisladores de antanho eram míopes e machistas, pois o fato é que nossas atletas demonstraram que são sim compatíveis para prática do futebol e possuem talento e fibra tanto quanto os marmanjos. Talvez até mais. Para este articulista que já praticou profissionalmente o esporte bretão, é mais prazeroso vê-las esbanjando charme, seriedade e técnica, do que ver os hiper-super-valorizados marmanjos do futebol brasileiro se poupando de jogadas mais fortes. Por isto tudo, aposto todas minhas fichas numa abertura nacional para a prática do futebol feminino no Brasil, onde os campeonatos estaduais se sucederão, dando oportunidades às jogadoras de mudarem de vida e viverem com mais dignidade, propiciando à todos nós grandes espetáculos futebolísticos.