Um dia Olímpico
Ninguém sabia que Maria era uma atleta. Nunca ganhou uma medalha, mas participava de várias modalidades.
Começava seu dia pontualmente às cinco horas da manhã. Banahava-se e, depois, fazia o seu desjejum. Mudava a roupa e iniciava o seu treino( durava em torno de vinte horas no dia nos sete dias da semana).
Entre as cinco e cinco e quinze era hora da sua corrida matinal. Os passos eram fortes e mantinham o rítmo contínuo, pé ante pé- sincronizados.
Depois da corrida chegava a hora e a vez do levantamento de peso. Levantava sofás, camas, escrivaninhas, objetos de enfeites, cadeiras, baldes, computadores e por aí à fora.
Sem descançar, já pegava o equipamento para a prática do alpinismo. Escalava as escadas até o objetivo final: as janelas. Deixava-as transparentes, sem um pingo de sujeira. Como nos dava orgulho esta Maria!
Mais tarde vinha a natação. Suas mãos mergulhavam na pia cheia d'água repleta de pratos, copos, talheres e sobras de comida.
Maria não se intimidava, lutava com o cansaço, e não desistia. Respirava fundo e prosseguia.
Como ela ainda tinha fôlego?! Ninguém sabia.
Havia também a hora do boxe. Era socos e tapas, na direita e esquerda das roupas. Bivino ver como os braços da menina eram fortes; como ela batia, torcia, e ainda, como num gesto da sua vitória tímida, estendia as roupas no seu troféu( o varal).
Além de tudo isso, maria fazia alongamento. Levantava e abaixava. Pegava um balde aqui, um pano acolá. era uma verdadeira ginástica artística, uma beleza de ver no fim toda a arte sublime da garota.
Por volta das oito da noite, chegava em casa e estendia seu treino por mais algumas horas. Só dormia depois da meia-noite, nã descançava, e às cinco da manhã começava tudo de novo.
maria era uma atleta que ninguém conhecia. Mas tinha marido e filhos e, para eles, ela estava sempre no lugar mais alto do pódio.
Parabéns, Minha pequena e grande, Maria!!!