Há uma casa velha consumida...

“Há uma casa velha consumida pelo tempo com a porta da frente entre aberta. La dentro tem uma velha mesa empoeirada sobe a luz fraca da janela, única coisa que quebra a penumbra daquele lugar. Essa velha mesa judiada pelo tempo e esquecida pelos vivos, guarda em sua gaveta dois amores há tempos esquecidos. Cartas velhas sobre a mesa estão sepultada pela grossa camada de poeira. A poeira as cobrem dando-lhe um tom acinzentado. É triste vê-las assim, pois já foram tão vivas quanto as flores que lá fora as contemplam. Inconstante o amor tanto quanto o tempo. Uns dizem que o amor ama o tempo, mas acredito que o tempo é que ama o amor. Amor, tão gentil com seus devotos, tão cruel consigo. Todo o silêncio que imperava sobre este lugar é quebrado pelos ranger da velha porta se abrindo. Será que o tempo veio buscar o amor? Ou será que o amor é que veio cuidar do tempo? Tão infinito é o tempo para o amor, tão finito é o amor sem o tempo. Tempo, acaricia a face desse amor, cuida-lhe e desempoeire essas velhas cartas e abra essa gaveta. Amor, dê ao tempo um beijo e um pouco mais de tempo.”