Símbolo gráfico japonês que significa felicidade


SÍMBOLOS DA FELICIDADE

O símbolo, bem conhecido da cultura japonesa que representa a felicidade. Pode representar também de modo implícito, sentimentos como realização, alegria, prosperidade, paz, amor, harmonia, entre tantos outros sentidos… A soma harmônica e suave de tudo que nos alegra o coração.  Afinal, essa é a razão precípua da busca e a aceitação da verdadeira felicidade.

Abaixo outro símbolo, este vegetal, é a Árvore da Felicidade [De meu cultivo]

                                      
                               
   Árvore da Felicidade - Bonsai

MOMENTOS DE FELICIDADE

O lugar que visitei chama-se Pedrinhas, em toda minha vida jamais havia visto e, por todo seu seguimento, não retornei a ver lugar mais calmo, mais natural e de maior paz que o lugarejo na ponta do extremo norte da ilha. Fui ao local com a intenção de ver e fotografar os sítios de Sambaquis [elevações por amontoamento de ossos de peixes e de conchas de ostras] resultantes dos detritos dos alimentos dos indígenas habitantes da ilha, que sobremodo se alimentavam de frutos do mar em especial de ostras. Após come-las as atiravam aos fundos da aldeia, formando os "monturos" calcáreos que em certos sítios remontam de 7.000 a 10.000 anos atrás. Os índios eram tupis-guaranis da etnia Carijós.

****

O simples fato de receber o vento - como som de vento - no rosto, o canto dos pássaros parecendo mais próximos pela ação do próprio vento em meio ao silêncio, tem o nome próprio de Felicidade.

O retinir tão comum em nossas casas de panelas sendo assentadas ao fogão, nas casinhas quase que padronizadas, longe-longe uma das outras, vinham aos meus ouvidos como um som recém-apresentado, um novo som de encanto, revestido da felicidade de estar usufruindo de um milagre chamado vida.

Um milagre com todas as letras, pois é um fenômeno ao qual não interfiro. Não peço para meu coração bater e ele bate, não peço para respirar e no entanto respiro sem perceber; penso sem pedir ao meu cérebro que o faça, e ele o faz.

Esse conjunto de percepções emotivas e sensitivas compõem um ser vivente capaz de ver as maravilhas mais simples, como a formação de um rápido e pequeno redemoinho elevando a areia branca que cobre as ruas irregulares do vilarejo. Aos arredores muitas dunas de brancas areias encimadas de uma vegetação autóctone e muitas bromélias floridas. Encimando-as as águias-do-mar circunspectas, de olhos fixos no rebojo das ondas baixas e quase cronométricas, à espera de um cardume de tainhas.

Sendo irregulares em seu projeto despojado, as ruas e caminhos fazem a característica mágica do lugar. Ruas extremamente limpas apesar de não pavimentadas,  de areias brancas e com lixeiras verdes efetivamente usadas pelos moradores. Ruas arborizadas - bem como toda a região - com espécimes vegetais autóctones, um chafaris na parte central de fronte para o ¹Lagamar. 

É uma vila cuja maior atividade é a pesca da tainha, no Mar Pequeno mas não tem as feições de uma aldeia de pescadores. É uma quase cidadezinha em sua aparência de construções. Há proibição por lei municipal da ilha, cumprida a rigor, onde é proibida a construção com mais de dois andares. Por isso quase inexistentes.  Um único comércio central térreo, com um “pouco de tudo”: padaria, mini-mercado, açougue-peixaria e bar. O proprietário na ocasião era o próprio administrador de Pedrinhas.

A parte mais admirável do lugar vem agora... Por todas as ruas existem placas educativas e de alerta, como por exemplo: “BARULHO APÓS ÀS 22:OOh EM PEDRINHAS NÃO FAZ SENTIDO”; “JOGAR PAPEL NAS RUAS DE PEDRINHAS NÃO FAZ SENTIDO”; “RETIRAR QUALQUER COISA DA NATUREZA EM PEDRINHAS NÃO FAZ SENTIDO” e muitos outros no mesmo padrão terminados "EM PEDRINHAS NÃO FAZ SENTIDO", que não tive a oportunidade, pelo tempo, de ler a todos

No comércio citado, o proprietário montou um quadro, de objetos e coisas que: "JOGAR NAS RUAS DE PEDRINHAS E  NATUREZA NÃO FAZEM SENTIDO” e fixou-o na parede: papel de balas e doces; garrafas pets (cortadas na trasversal para assentar no quadro) foto de cocôs de cachorros (que alías não existem cães soltos); pontas e tocos de cigarro, embalagens de papel ou isopor, e etc.

Chamei a família e alí ficamos um bom tempo lendo - o período de anos que os objetos permanecem na natureza e as conseqüências que produzem. Parabenizamos o proprietário do estabelecimento, autor dos projetos e administrador do ²distrito. Sem dúvida algo tão educativo, digno de se aplicar copiar e até exportar como exemplo de preservacionismo consciente à natureza.

Para mim todo esse relato foi e continua sendo ao relembrá-lo, um motivo de FELICIDADE, por ter vivido essa realidade e encantado meus sentidos.
______________________________________________________


¹Lagamar - Complexo do canal estreito que separa a ilha do continente, composto de mangues, águas barrentas do bastante caudaloso Rio Ribeira do Iguape, e inclusão das águas do mar do extremo sul de São Paulo que os locais chamam de Mar Pequeno, em oposição ao mar aberto do outro lado da Ilha Comprida, de apenas 4 quilometros de largura por 75 quilometros de comprimento. (Peruibe a Cananéia) e o Lagamar se estende até Paranaguá-PR.

²Ilha Comprida-SP - Distrito de Pedrinhas, Boqueirão Sul, logo após a Ilha Comprida passar a município, desmenbrando-se de Iguape-SP.


 
Mauro Martins Santos
Enviado por Mauro Martins Santos em 12/08/2016
Reeditado em 12/08/2016
Código do texto: T5726040
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.