LADRÕES DE GALINHAS
Passando por uma vicinal, voltando do Paraná, deparamos com barreira policial. Paramos , atendando ao sinal de uma patrulheira, atrás de um Pajero, novinho, placa de Maringá. Eram cinco: dois casais e senhor de idade. Ficamos observando, atento ao que acontecia. Os passageiros pareciam um tanto “altos”...Os patrulheiros tinham tirado da traseira do carro, um varal com várias galinhas prendidas pelos pés e penduradas de cabeça para baixo. Pelo que parecia eles tinham-nas apanhadas na rua duma vila próxima e levaram para fazerem um churrasco. A patrulheira, exaltada, gritava com eles: gostariam que fizéssemos o mesmo com os senhores? -Pendurá-los com cabeça para baixo? Os ânimos estavam exaltados. Fizeram gesto que iriam algemá-los. O senhor idoso reclamou da humilhação. –Então, todos vão ter que acompanhar-nos até a delegacia mais próxima, disseram os patrulheiros. Saí do carro e identifiquei-me como jornalista para o patrulheiro que chefiava. E entrei com “deixa disso”. Vocês estão cumprindo nada mais que a obrigação, compreendo. Mas para que estragar o fim de semana dessa gente ? (era sábado). Falei com os passageiros à parte e entramos em um acordo. Deixariam as galinhas para os patrulheiros e tudo seria esquecido. Quiseram protestar. Mas perguntei se queriam ser processados como meros ladrões de galinhas? Aí calaram...