Os grandes ganhos de uma pequena perda

Adoro andar a pé e de ônibus. Prefiro mil vezes isso a andar de carro. Aqui em Campinas vou caminhando de casa para o Centro e para outros bairros sempre que posso, e quando está frio dá mais prazer ainda. Ontem, quando já estava dentro do ônibus e já ia passar pela roleta, vou pegar o meu Bilhete Único na carteira e...cadê? Não estava no lugar habitual e revirei toda carteira e nada de achá-lo. Tive que trocar um dinheiro pra pagar a passagem. Quando sentei, comecei a pensar onde tinha deixado e não encontrei resposta, já que sempre recoloco no mesmo lugar. Meu segundo pensamento foi de alívio. Por certo deixei cair e quem o achou talvez estivesse precisando dele e dos R$ 25 de crédito contidos nele. Talvez quem o achou precisasse dele para ir trabalhar, ou procurar trabalho, para ir ao médico, ou visitar alguém, ou fazer algo que lhe fosse importante e que sem o meu Bilhete Único não seria possível. Pode parecer bobagem, mas naquele momento fui tomado por um sentimento de satisfação, de gratidão, de solidariedade. Cheguei à conclusão de que foi uma grande sorte, e um grande privilégio, não estar na minha carteira.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 26/06/2016
Reeditado em 26/06/2016
Código do texto: T5678937
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