Vamos pensar no valor das palavras...

Este assunto sempre me incomodou, aliás, porque não dizer, muitas vezes até me indignou.

A antiga expressão “ele é um homem de palavra”, referia-se ao fato de a palavra nem precisar ser escrita, ser documentada. O que foi dito se foi testemunhado, é fato concreto, que não precisa ser contestado, bastava a palavra, já era sinal de compromisso.

Havia um respeito imenso pelas palavras proferidas, principalmente em se tratando, de nobres profissionais como: juizes, promotores, desembargadores, embaixadores, advogados, políticos, etc.; pessoas estas, onde a profissão por si só, era sinônimo de veracidade e de confiança nas palavras pronunciadas.

Porém, com o passar dos tempos, muitas coisas foram mudando.

E hoje... em quem podemos confiar?

Será que podemos acreditar na palavra de alguns ilustres homens? 

E os nossos políticos, envolvidos até os colarinhos, com tantos escândalos, CPIs etc..., podemos confiar?

Por onde anda a ética?

Por onde anda a cidadania?

Por onde andam os direitos humanos?

O que me deixa mesmo indignada, é como se banalizaram as palavras.

A expressão agora mudou... “são apenas palavras” e fim.

Então as palavras sejam escritas ou faladas, perderam o seu sentido? Perderam o seu valor?

Num país onde o próprio poder, se mostra abalado, embaraçado, as palavras e atos são incoerentes e sem direcionamento, e temos que conviver com isso todos os dias.

Preferia acreditar que tudo isso fosse um forte pesadelo... mas não é...

As palavras deveriam ser às expressões máximas de caráter, da personalidade e da dignidade das pessoas, deveriam receber a sua devida importância e o seu devido valor, valor imenso, valor incalculável, porque as palavras, após serem expressadas, podem se tornar algo perigoso e irreversível... pode ser tarde demais.

O discernimento, a coerência e a veracidade, estão cada vez mais distantes.

Como diria o poeta Renato Russo “que país é esse?”... e eu acrescentaria que mundo é esse? Que pessoas são essas? 

O poder corrompe... concordo... e como corrompe.

Felizes ainda são aquelas pessoas que, mesmo utópicas, sem demagogia ou saudosismo, sabem fazer de suas palavras suas virtudes para a vida... que sabem fazer das palavras um cartão postal para a verdade... que sabem fazer das palavras um passaporte para a felicidade e a harmonia.

Então, palavras não são banais, são PALAVRAS, com toda a categoria e importância merecidas e principalmente da pessoa que as usou.
 
01/06/2007