QUANTIDADE NÃO É QUALIDADE EM POLÍTICA!

Comentários no link http://carloscostajornalismo.blogspot.com.br/2016/05/quantidade-nao-e-qualidade-em-politica.html

No mundo político, quantidade não significa qualidade de projetos. Necessariamente uma coisa não está imbricada à outra! A quantidade de não transforma e nem qualifica ninguém hoje em dia e muito menos eterniza um bom político. O político será eternizado por um conjunto de outros fatores que em maior ou menor quantidade, lhe desenharão um perfil de comando, o transformam uma liderança histórica. Hoje, uma das faltas em política é a honestidade. Depois se conseguirá o resto pelas qualidades inerentes à função que exercerá em benefício exclusivo do povo e não de si próprio.

Dentro desse conjunto de qualificação política está à qualidade dos projetos apresentados, oratória, definição de um campo de atuação e, por fim, a capacidade de fazer discursos de improviso e ler discursos escritos por assessores. Durante campanhas proibidas em rádios e TV, convivi e conheci políticos que tinham boa oratória, empolgavam a plateia, que os assistiam nas Tribunas da Câmara e da Assembleia Legislativa. Ficavam lotadas e eram disputadas em cada espaço. Eles, quase não apresentavam projetos e, dos poucos que apresentavam e lutavam por eles, beneficiavam muitas pessoas pobres ao mesmo tempo. Outros apresentavam bons projetos, não tinham uma boa oratória, não sabiam falar em pública sem a ajuda de assessores e pouco tempo duravam na militância política!

Hoje, pouco importa ao eleitor consciente, a quantidade de projetos que um político apresenta, mas o que ele faz para beneficiar muitas pessoas com um só projeto. Durante parte de minha vida de jornalista, acompanhei excelentes, medianos e péssimos políticos no Amazonas e no Brasil. Dentre esses, alguns se mantém no cenário político do Amazonas até hoje, como o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, dono de uma excelente oratória, improviso. Como deputado federal e senador apresentou poucos, mas todos foram relevantes e beneficiaram em alguma área que definiram. Também acompanhei de políticos que se mantiveram com seguidas reeleições. Tinham bons e inflamados discursos, empolgavam os eleitores, mas quase não apresentavam projetos de lei. À exceção foi o deputado estadual por 26 anos militando pelo MDB, de oposição Francisco Guedes de Queiroz, que conseguiu unir esses dois polos: a oratória e os projetos que beneficiavam a muitas pessoas. O vereador e depois senador da república Fábio Lucena de Pereira Bittencourt, renunciou em 1982 a um mandato de 8 anos e disputou um de quatro, mas cometeu suicídio antes de terminá-lo, se tornando um bi senador pelo Amazonas. Ele renunciou a 8 anos de mandato, só para participar com “legitimidade”, como dizia da Assembleia Nacional Constituinte. No lugar de Fabio Lucena, quando, assumiu o suplente, senador Leopoldo Peres Sobrinho. A primeira senadora do Brasil, Eunice Michilles, que fez carreira política no município de Maués, assumiu com a morte, João Bosco Ramos de Lima, em 1979.

Lamentavelmente, a qualidade dos antigos políticos do passado, que transformavam seus mandatos em uma oportunidade de prestar serviços ao povo, está desaparecendo e, na Câmara e no Senado da República vários são investigados por corrupção na Operação Lava Jato, inclusive o recém-eleito líder do presidente Michel Temer, que responde a inquérito até por tentativa de homicídio, além de ser investigado na operação de corrupção na Petrobras. Ele nega tudo, até a tentativa de homicídio, embora tenha se tornado réu em alguns deles. A maioria foi contaminada pelo poder devastador do dinheiro da corrupção. E por que estou escrevendo sobre esse assunto, hoje? Porque a pastora e vereadora Luciana da Silva Monteiro (PP) da Câmara Municipal de Manaus vem se qualificando perante seu eleitorado por ter apresentado projetos que se transformaram em Leis Municipais. A questão é saber a qualidade dos projetos por ela apresentados e aprovados. A pastora Luciana era suplente de Francisco do Nascimento Gomes, o Dr. Gomes, eleito deputado estadual na última eleição para a ALE/Am. Só ouvi falar sobre ela e o trabalho da vereadora e pastora, assistindo a uma propaganda política em horário eleitoral gratuito. Só a apresentação de projetos não qualifica mais um político!

Manaus, com quase três milhões de habitantes, não possui até hoje um velório municipal, o que seria de grande relevância e importância social. O velório municipal em Manaus permitiria à família carente proporcionar um enterro digno de seu familiar sem ter que se submeter aos caros preços cobrados por funerárias, que tiram plantões na porta de necrotérios e apresentam sempre a melhor proposta à família do defunto que, fragilizada, aceita a primeira oferta que lhe couber no orçamento, mesmo que seja pago em cartão de crédito, em parcelas.

Esse seria um dos projetos importantes para serem apresentados!

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 19/05/2016
Reeditado em 20/05/2016
Código do texto: T5640541
Classificação de conteúdo: seguro