Eu não queria muitos planos, só estar ali
Nunca fui de planejar nada, a intuição normalmente fala mais alto e por mais que eu tente organizar um roteiro básico pra qualquer coisa, sempre fujo no meio do caminho. Vou para outra direção que nem sequer imaginei. Sempre fui assim, “sagita” né? O tal “espírito livre” que sempre ouço falar.
Se não consigo nem planejar uma viagem simples, como poderia fazer isso se tratando de relacionamentos? Impossível! O plano nunca foi me apegar nem sentir nada, mas como diz uma velha canção: “eu só queira estar ali, sempre ao lado dela”. E acho que foi isso que a assustou. Sabe aquela vontade excessiva de estar junto, de fazer coisas, de se conhecer mais e mais? Era só isso. Mas sem planos, sem expectativas, sem nada dessas coisas complicadas. Só queria estar ali.
Em momento algum planejei jogar “bomba patch” a madrugada quase que toda, comendo uma pizza queimada acompanhada de um vinho barato, nem muito menos imaginava que tomaria uns socos quando tu fizesses um gol. Se eu tivesse planejado tudo isso, não teria sido tão bom quanto foi. Mesmo com os chutes nas costas enquanto dormíamos, e aí eu confesso, não planejei também ficar como um bobo vendo-a dormir, quietinha – nem tanto, havia um ronco bem baixinho.
Nunca quis nada mais do que estar ali, bem pertinho. Sem planos nenhum, seguindo caminhos inusitados e buscando sempre alguma rota que nos levasse para um destino incerto, mas com muita aventura pelo caminho. Um pôr do sol em algum pico bem alto; um “tour” pela cidade durante um dia cinza, colorindo-o como se o mesmo fosse uma grande tela de pintura, com nossa criatividade; e, até uma corrida insana, com carrinhos de supermercado equipados com nossa força braçal. Essas coisas nunca fizeram parte de plano algum, porém, eu só queria estar ali!