CARA PINTADA X CARA PÁLIDA

Parcela da população golpista, inocente, sim, mas golpista, deve ter aplaudido a performance extravagante, como nas sessões de descarrego, de Janaína; e o constrangimento incorporado, quase que criando um outro homem, de Miguel Reale.

O subterrâneo do golpe foi aberto à visitação e pudemos assistir a bruxa temperando no caldeirão; o feiticeiro misturando as palavras para vencer o jogo e o rabo do golpe balançando em cima das brasas.

Para completar o palco das trevas, faltou Michel Temer entrar correndo pelo plenário e, como o capitão do time do Flamengo, de forma bisonha, cravar a bandeira do golpe no coração da democracia.

O presidente da Comissão, o relator e todo o staff estão vendidos, o fato está consumado. Tudo o que assistimos faz parte do 'rito’, o fim todos sabemos que já está escrito.

A melhor cena foi assistir o cara pintada botar o cara pálida para correr. Mesmo com toda a sua experiência jurídica, Miguel Reale não conseguiu fugir aos argumentos irrefutáveis do senador Lindbergh, e não sustentou o peso de que não há crime, portanto é golpe.

Ricardo Mezavila.

Ricardo Mezavila
Enviado por Ricardo Mezavila em 29/04/2016
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