NOSSO FOLCLORE

Numa fazenda café, próspera, com maquinários modernos em Campinas (SP), denominada Santa Genebra, de propriedade de Geraldo Ribeiro de Souza Resende, depois Barão de Resende, trabalhou o escravo Toninho, pelos idos anos de 1875.

Geraldo de Resende foi um importante político do Brasil Colônia, quando recebeu o título de Barão e depois se tornou apenas fazendeiro

Nessa longínqua época, no tempo da escravidão do país, corre um lenda do boi “falô”. Isso aconteceu numa Sexta Feira Santa, quando Toninho foi pegar o boi para trabalhar na lavoura. E, Toninho teria contado para o capataz que o boi estava deitado e disse: - e hoje não vou trabalhar porque é dia santo e o capataz não acreditou na história, correndo atrás dele para lhe dar uma surra mas, Toninho conseguiu fugir e abrigar-se na casa grande da fazenda de Geraldo de Resende, que o protegeu e deu ordem para todos não trabalhar naquele dia. Supõe-se que o Barão teria acreditado nas palavras de Toninho.

Diz a história que, logo que Geraldo de Resende comprou a fazenda alforriou todos os escravos e lhes pagava salários como aos demais empregados que trabalhavam na lavoura de café e escolheu Toninho para seu empregado para serviços internos, na casa grande, e lhe depositava confiança nele, até a morte do protegido, dando-lhe um túmulo no mausoléu da família Resende.

Esse túmulo até hoje é venerado por todos como Toninho Escravo e acreditam-se que tenham alcançado graça, depositando flores e velas no dia de Finados, sendo um dos mais visitados do Cemitério da Saudade em Campinas.

O Barão e fazendeiro Geraldo de Resende teve sua fazenda hipotecada pelo governo estadual para pagar dívidas contraídas na construção da ferrovia funilense, e existe uma história não confirmada pela sua filha que ele de desgosto de perder a fazenda teria se suicidado.

Geraldo Ribeiro de Souza Resende nasceu no Rio de Janeiro em 19 de Abril de 1846 e faleceu em 01 de Outubro de 1907 e foi enterrado no mausoléu da família Resende, em Campinas, ao lado do túmulo de Toninho escravo.

A LENDA DO BOI “FALÔ”, continua até hoje.

Miguel Toledo
Enviado por Miguel Toledo em 26/04/2016
Reeditado em 01/05/2016
Código do texto: T5616731
Classificação de conteúdo: seguro