Nossos destinos
Face à total subserviência ao poder econômico, "o sistema político-partidário do país está apodrecido", conforme acentua certo procurador. Há alguma dúvida quanto a isso? A cada dia as notícias só fazem corroborar essa assertiva entre aspas. Como a notícia de hoje relativa à prisão do ex-senador Gim Argello, homem que o governo pretendeu nomear para o TCU (Tribunal de Contas da União) e que "coleciona inquéritos no STF".
Dito isto, é temerário o momento que vivemos, e já há algum tempo. Pois são os políticos que comandam a nação, na medida em que o poder executivo nada ou pouco faz sem a chancela do legislativo, que tem como sustentação o sistema político-partidário. Estando este sistema corrompido e apodrecido, como é de fato incontestável, que destinos estarão reservados ao país?
Será urgente, portanto, a recuperação moral desse poder legislativo de que basicamente depende a vida da nação. E isso passa pela necessária eliminação ou drástica redução das prerrogativas excepcionais de que dispõem os políticos e que os colocam numa distância desproporcional em relação ao cidadão comum.
Enquanto isso não for conseguido, os candidatos a cargos eletivos no Brasil serão o que sempre foram, isto é, pessoas que, de um modo geral, buscam no mandato parlamentar a sua independência financeira ou a materializarão de seus desejos de acumulação de capital. Colocando em plano bem secundário o que for do interesse público.
Rio, 12/04/2016