As feridas pós olimpíadas
 
A tão bela e acolhedora cidade de São Sebastião do Rio de janeiro, prepara-se para as olimpíadas deste ano, em polvorosa.

São obras e mais obras em quase todo o perímetro urbano da Metrópole. Obras provedoras de trabalhos para diversas áreas profissionais. Arrebanha-se mão de obras qualificadas e nem tão qualificadas assim.

Por certo, há espaços para todos. Mas, até quando a população flutuante e periférica desta grande cidade poderá contar com essas benesses? Com o encerramento dessas obras, para onde vai toda essa gente? Hoje somos capazes de responder estes questionamentos?

Quais serão os acréscimos econômicos e sociais que a sociedade carioca poderá lograr com esse evento? Que legado as olimpíadas deixarão para a acolhedora cidade do Rio de Janeiro? Lucros ou perdas difíceis de reparação?

Creio que poucos cariocas e não cariocas saberão responder a estas interrogações.

O Rio, desde o tempo do império é uma cidade festiva, é da sua cultura, da alma carioca e poucos são aqueles que param para pensar nas consequências de tudo isso.

Sem torcer por tal, é fácil vislumbrar e predizer a enxurrada de desemprego, com o término dos trabalhos pré-olímpicos. Dividas e mais dividas a serem pagas, sem que os governos atuais tenham elaborado planos estratégicos, de quitação dessas dividas para os futuros governantes públicos.

As dívidas do setor público por certo virão à tona debilitando ainda mais a economia do estado do Rio de Janeiro.

Passada a euforia das medalhas, a capital carioca poderá tornar-se a cidade com o custo de vida mais elevado do pais.

As despesas para manutenção do legado se multiplicarão. De onde virá os recursos para esses gastos? Do já tão combalido estado do Rio de janeiro? Da Prefeitura Municipal do Rio? Sugiro aos cidadãos ficarem de olhos bem abertos.

As empresas privadas que investiram nos jogos, por certo vão querer buscar o retorno para os seus investimentos. Estas dividas também serão cobradas. Quem as haverá de pagar?

E ainda, não podemos esquecer que onde há o desemprego, a criminalidade tende a crescer mais que a habitual.

Tenho um profundo respeito e ao mesmo tempo, receio as respostas para esses questionamentos.

O cidadão carioca e o não carioca, mas que elegeu a cidade do Rio, como seu refúgio natural, poderá ser chamado para pagar o pato, mesmo sem ter provado desse ao tucupi.

Rio, 29/01/2016
Feitosa dos Santos