CARTA AO PAPAI NOEL

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Caro papai noel, na década de 70, vivendo como menino livre, leve e solto na comunidade do Varre Vento, energia elétrica ou televisão, o rádio era a única forma de comunicação que ligava a nossa vida difícil aos acontecimentos da capital. Naquela época não conhecia papai noel.

Na capital, no final da década de 70 para estudar, aos 8 anos, também não sabia o que era papai noel. Aos 12 anos de idade, de minha avô adotiva, dona Zizi, ganhei meu primeiro presente, um boizinho de couro que trouxe da Bahia não por ter me comportado bem, mas resultado e incentivo pelas seguidas boas notas que recebia dos professores no Grupo Escolar Adalberto Vale, que ela conferia diariamente. Não sei se merecia ou não essas notas sempre elevadas, que me acompanharam durante meus dois cursos universitários na Ufam – Universidade Federal do Amazonas.

Hoje, aos 55 anos de idade e sendo papei noel de meu filho, dirijo minha primeira carta ao senhor e espero que o senhor não esqueça de me atender ao meu pedido, mesmo sabendo que será muito difícil.

Desejo um Brasil livre de políticos que praticam pugilismo dentro da Comissão de Ética da Câmara Federal, principalmente os que respondem a qualquer tipo de inquérito investigatório em qualquer nível da justiça. Desejo políticos que não objetivem e nem cuidem de seus próprios interesses, mas dos interesses do Brasil. Desejo, por fim, que o que menos tenha mentido, se a presidente Dilma Rousseff ou o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, seja cassado.

Ah, ia esquecendo: que haja mais respeito, honestidade, sinceridade e, principalmente, respeito, ética e princípios de coletividade na sociedade política que, também, é parte integrante do resultado da sociedade departamentalizada, cotizada, doente, como são muitos políticos que dizem representar os eleitores do Brasil, mas que representam apenas a si próprios.

É uma vergonha que acho que nem papai noel terá como consertar, mas faça um esforço para conseguir realizar meus pedidos e que não permita mais que políticos de ocasião se aproveitem do cargo para enriquecer ilicitamente e depois apresentar desculpas esfarrapadas e nem surjam “salvadores da pátria” só porque falam muito e fazem pouco ou porque simplesmente cumpriram seus deveres no carto que exerciam antes de entrarem para a política, hoje com coligações de poder e não ideológicas como teria que ser.

Por fim, Papai Noel, ajude à sociedade eleitora a votar em políticos não em troca de promessas mediáticas e pessoais e, sim, coletivamente!

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 13/12/2015
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