A Recompensa
O crime hoje verdadeiramente compensa. Por isso é que todos estão roubando ou assaltando ou praticando diferentes tipos de crimes. Nos diferentes extratos sociais. A partir, sobretudo, dos exemplos produzidos pelas camadas superiores ou pela elite - políticos em geral, empresários, banqueiros, etc.
E essa flagrante compensação que se tem com as ações criminosas encontra um amparo inequívoco no pérfido instrumento da impunidade. Ainda hoje lemos no Facebook que um médico condenado a um monte de anos, por diversos procedimentos inescrupulosos contra mulheres, foi beneficiado por um habeas-corpus, concedido pelo ministro do STF, Gilmar Mendes, valendo-se disso para fugir do país.
Pessoas responsáveis por desvios de verbas dos cofres públicos, da ordem de milhões de reais ou de dólares, respondem em liberdade, muitos até sem contarem com a prerrogativa do foro privilegiado. O que é por si só uma excrescência, já que subdivide os cidadãos em duas categorias fundamentais - os comuns e os privilegiados. Como aconteceu já há muito tempo com o ex-prefeito de São Paulo, no tempo em que era um orgulhoso desafeto do ex-sindicalista Luiz Ignácio. E que continua incurso numa série de outros delitos, agora, no entanto, bem mais próximo do ex-presidente Lula.
Diante desse quadro patético de descontrole de procedimentos criminosos, como fica o cidadão comum de quem se espera o maior zelo por padrões éticos e morais? Pode-se garantir que eles se sintam recompensados apenas com a prosaica atenuante de serem considerados pessoas de bem?
Rio, 14/08/2015