ESTOU AMAARGO...MAS SOU DOCE!
Comentários no link: http://carloscostajornalismo.blogspot.com.br/2015/11/estou-amargomas-sou-doce.html
Se me lamberem, sentirão na língua o gosto amargo do meu viver. Jã vivi mais de meio século. Não disponho mais de tempo para gastá-lo com bobagens e futilidades desconstitutivas. O tempo anda sempre rápido demais em linha reta. Nos envelhece. Nos desfavorece. Torna-nos mais frágeis, lentos e com dificuldades. Também não gosto mais de ler tudo o que escrevem em grupos de redes sociais. Não que seja amargo ou melhor os outros. Apenas cansei de tantas escritas cifradas, cortando palavras...Isso me tornou amargo demais para ser digerido sem açúcar! Einstein e outros teóricos do tempo dizem que ele tem buracos negros e que se pode voltar ao passado. Contudo, até hoje ninguém conseguiu nascer com 80 anos, casas aos 50, fazer bobagem ao lado de sua esposa e falecer com zero ano. Diante dessa falta de visão, fico com minha infalível verdade: o tempo a ensina a todos, amadurece alguns, envelhece o mundo e depois nos apodrece indistintamente, sem dó e nem piedade!
Agora, disporei meu tempo para coisas mais úteis: amar mais quem me ama, ver o pôr do sol sem pressa, apreciar belezas as da natureza que estão morrendo aos meus olhos por trás de um óculos 7,5 graus bi bocal, que não veem mais muito bem. Ao longe, em meio ao uma mata primária que restou no Condomínio Mundi e em uma árvore atrás da janela de minha cozinha, inda consigo ouvir o canto dos pássaros que, teimosamente, morrem e se reproduzindo de forma frenética como se fosse uma forma de protesto para repor os seus irmãos que ficam em gaiolas, os que morrem, os que são mortos, os que são contrabandeados, enfim.
Por que isso ocorre, como se fosse um capricho da natureza? Não sei, mas sei que !
Todas as manhãs, ouço seus cantos e acordo com eles. Sorrio com o coração e a alma ao ouvi-los. Não os vejo, mas os sei presentes, ainda voando ainda livres leves, soltos e cantando para alegrar meu amanhecer e meu entardecer. Isso é lindo e quero perder meu tempo assim e não lendo palavras cifradas, recortadas, reduzidas que muitos diplomados criando uma nova forma de linguagem, que talvez nem eles mesmo entendam. Se os vejo voando para um lado e para o outro, sei que o mundo e as pessoas não os aprisionaram em seu todo: ainda existem alguns na natureza para minha alegria e minha tristeza. Sei que mais cedo ou mais tarde, será uma questão de tempo o aprisionamento de todos eles! Isso me apavora e me entristece. Não estou mais no tempo de ser triste. Embora, meus dias sejam quase sempre amargos, como amargo também tem sido o gosto de meu viver, vou vivendo um dia a atrás do outro, “matando um leão por vez”.
Por dentro, contudo, sinto-me feliz e doce porque me sei ainda vivo. Foi um milagre de DEUS me ter dando onze chances, quando dizem que para o gato só teria dado sete vidas. Quando se atinge mais de meio século de vida, perde-se a paciência para muitas coisas. Mas o tempo amadurece o conhecimento porque ele ensina pelo amor ou pela dor! Para que prender-se a valores que não fazem mais sentido nessa altura da vida? As pessoas perdem a paciência comigo, por ser sincero demais e não deixar nada para depois. Mas não me importo. Isso é são detalhes que o tempo nos impõe: a sinceridade, ja objetividade, a chatice, o valar muito, o relembrar tempos bons e já vividos. O que passou e foi bom, o que custa relembrá-lo?
Estou na fase da vida pronto para amar mais a quem me ama, respeitar mais quem me respeita, querer mais quem me quer, admirar quem me admira e me amar, antes de tudo. Vivendo assim, mesmo infectado por duas bactérias hospitalares incuráveis, terei mais longevidade do que muitos que não me conhecem e dizem logo que me odeiam por não me conhecerem.
Não me importo: o mundo é como ele é. Se não posso mudar o mundo, mudarei eu. Estou tentando e conseguindo, aos poucos!