Trem
Na cidadezinha do interior de São Paulo chamada Catiguá ouve-se um som. Toda a cidade o ouve. É o apito do trem.
Apita uma, duas, três vezes, ás vezes mais. Seu apito é alto e estridente. A linha férrea praticamente corta a cidade ao meio, que de pequena que é, compõe-se apenas de dois bairros.
Antigamente, a velha estação enchia-se de gente á espera da centopeia de ferro, que vinha com suas centenas de rodas cantando uma canção que já não se ouve mais, pois, até as canções das atuais locomotivas mudaram. Também estão mais tristes. Já não levam mais os enamorados, homens e donzelas que, por tantas vezes embarcaram em seus vagões para irem ao encontro daquele ou daquela que tanto lhes faziam sofrer o coração.
Mas os tempos passaram e mudaram. Hoje, a velha estação está abandonada. E nos vagões do trem viajam agora os grãos, os combustíveis, os minérios e outros produtos mais. Resta apenas uma doce saudade. Saudade de quem, em meio aos trilhos, viajava junto aos amigos, a família ou a namorada, observando pelas janelas a vegetação, a beleza da natureza, das árvores, dos passarinhos, dos rios, das cachoeiras, das matas e das montanhas. Tempo em que não se tinha pressa de chegar, os dias eram compridos e as viagens muito mais prazerosas e aproveitadas.
Andei de trem por uma ou duas vezes, não me lembro. Mas mesmo assim tenho saudade. Uma saudade diferente. Uma saudade daquilo que pouco ou quase nada fiz. E justamente por isso é uma saudade dupla: saudade das poucas viagens que fiz e das muitas viagens que não fiz.
As viagens hoje são diferentes. Até mesmo as viagens de trem, pois eles estão cada vez mais velozes, mais rápidos, mormente nos países de primeiro mundo. Estão acompanhando a vida, que também está cada vez mais rápida.
Por isso, tenho saudade mesmo é do passeio lento e monótono do velho trem que passava naquela velha estação. Era lento e moroso como era a vida. A vida demorava a passar e bem por isso viajava-se sem pressa.
Talvez o seu apito – que tão bem ouço - não seja apenas um apito. Causa de que quando o ouço me bate aquela sensação de não sei o quê. Talvez um aviso de que, aquele trem não leva mais seus passageiros, mas, o trem da vida, ou melhor, da morte, continua a levar os seus, sem choro e nem vela, eles querendo ou não querendo embarcar.
Na cidadezinha do interior de São Paulo chamada Catiguá ouve-se um som. Toda a cidade o ouve. É o apito do trem.
Apita uma, duas, três vezes, ás vezes mais. Seu apito é alto e estridente. A linha férrea praticamente corta a cidade ao meio, que de pequena que é, compõe-se apenas de dois bairros.
Antigamente, a velha estação enchia-se de gente á espera da centopeia de ferro, que vinha com suas centenas de rodas cantando uma canção que já não se ouve mais, pois, até as canções das atuais locomotivas mudaram. Também estão mais tristes. Já não levam mais os enamorados, homens e donzelas que, por tantas vezes embarcaram em seus vagões para irem ao encontro daquele ou daquela que tanto lhes faziam sofrer o coração.
Mas os tempos passaram e mudaram. Hoje, a velha estação está abandonada. E nos vagões do trem viajam agora os grãos, os combustíveis, os minérios e outros produtos mais. Resta apenas uma doce saudade. Saudade de quem, em meio aos trilhos, viajava junto aos amigos, a família ou a namorada, observando pelas janelas a vegetação, a beleza da natureza, das árvores, dos passarinhos, dos rios, das cachoeiras, das matas e das montanhas. Tempo em que não se tinha pressa de chegar, os dias eram compridos e as viagens muito mais prazerosas e aproveitadas.
Andei de trem por uma ou duas vezes, não me lembro. Mas mesmo assim tenho saudade. Uma saudade diferente. Uma saudade daquilo que pouco ou quase nada fiz. E justamente por isso é uma saudade dupla: saudade das poucas viagens que fiz e das muitas viagens que não fiz.
As viagens hoje são diferentes. Até mesmo as viagens de trem, pois eles estão cada vez mais velozes, mais rápidos, mormente nos países de primeiro mundo. Estão acompanhando a vida, que também está cada vez mais rápida.
Por isso, tenho saudade mesmo é do passeio lento e monótono do velho trem que passava naquela velha estação. Era lento e moroso como era a vida. A vida demorava a passar e bem por isso viajava-se sem pressa.
Talvez o seu apito – que tão bem ouço - não seja apenas um apito. Causa de que quando o ouço me bate aquela sensação de não sei o quê. Talvez um aviso de que, aquele trem não leva mais seus passageiros, mas, o trem da vida, ou melhor, da morte, continua a levar os seus, sem choro e nem vela, eles querendo ou não querendo embarcar.