COMO FICARÁ O PMDB SE ROMPER COM O PT?
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Enquanto o famoso e inconfundível som relógio inglês Big Bem, ficará em silêncio por três anos para reforma, viveremos por mais algum tempo com as badaladas e sons estranhos dos tiroteios políticos de bombas, tiros e metralhadoras disparadas entre o PT e rebatidas pelo PMDB, que ameaça se tornar independente do Governo petista. Se a vontade do deputado presidente denunciado por corrupção da Câmara Federal, homenageado por seus pares, Eduardo Cunha, prevalecer e se impuser ante a vontade da maioria, como ficará o PMDB pós rompimento? O vice-presidente do Partido, Michel Temer, também renunciará ao seu cargo e devolverá os Ministérios que recebeu para impedir a cassação do pedido de impeachment de Dilma Rousseff? Pode ser que sim, pode ser que nada aconteça, mas que está muito estranho todo esse processo, ah, isso está!
No meio ao tiroteio de acusações e defesa de parte a parte, o ex-presidente da República do PT, Luiz Eduardo Lula da Silva, em Teresina, disse que ninguém tem moral suficiente para falar o quem quer que seja em termos de ética e moral. Todos os que partidos já assumiram a presidência da República a partir de Fernando Collor de Melo, que passou por vários partidos ligados ao Governo até criar o seu próprio, o da Reconstrução Nacional -PRN e aparecer na mídia nacional como o como “o caçador de marajás” de Alagoas, pregando a moralidade pública. Eleito, afoito, destemido, foi deposto do cargo por impeachment. Agora, como Senador, estaria envolvido em negócios ilícitos. No bolo, Lula envolveu o PMDB de José Sarney, o PSDB, de Fernando Henrique Cardoso, diretamente responsável pela falência do BANESTADO, usando para lavagem de dinheiro através das Contas CC-5, que não deu em nada na CPI porque o senador do PSDB Antero Paes de Barros encerrou os trabalhos antes da leitura do relatório que pediria o indiciamento de vários políticos. Todos os partidos, em suas reeleições, usaram o mesmo mecanismo que o PT também usou: financiamentos privados de campanha, desvios e lavagem de dinheiro para pagar as milionárias campanhas, o que levou Lula, a garantir todos se envolveram em denúncias de corrupção para se manter no poder, de uma forma ou de outra.
Se Michel Temer também for cassado junto com a presidente Dilma, o presidente presidente denunciado pela Procuradoria Geral da República, Eduardo Cunha, assumirá um mandato tampão e convocará novas eleições. Como perguntar não ofende, mas incomoda digo: não acredito que a presidente Dilma seja cassada, não acredito que o presidente da Câmara assuma um mandato tampão e que convoque novas eleições. Não seria o momento de se reformar o modelo político do Brasil como será reformado o relógio londrino Big Bem, corroído pelo tempo? Como nenhum partido político consegue eleger uma maioria, todos os presidentes eleitos têm que compor com partidos menores para governar, em uma fórmula parlamentarista pura a simples. Não seria melhor adotar o parlamentarismo de uma vez? Com um simples voto de censura ao partido no poder aprovado pela maioria da casa, cairia todo o gabinete e outro governo teria que ser formado e não se ficaria em meio a essa ridícula discussão de acusações de quem é corrupto e quem não é corrupto, com troca de farpas pela imprensa.
Enquanto isso, o Brasil parou porque não tem um projeto político a curto, médio e longo prazos. Falta-lhe competência gerencial, política, ética, moral e financeira. Diante da parada do Big Bem para reforma, será que não seria a hora de se fazer uma reforma também na fórmula política do Brasil e mudar seu tipo de regime político. Entre tiros, bombas e metralhadoras, admirei muito o programa do PSB/40, do falecido em acidente aeronáutico em Santos, do candidato à presidência da República, Eduardo Campos, que lançou uma defesa de um novo federalismo para o Brasil, priorizando os municípios que recebem a maior parcela de responsabilidades e a menor quantidade de recursos para se manter.
Será que não seria o momento de adotá-lo para se ouvir um sonoro badalar de sino e não o barulho de bombas e metralhadoras disparadas ao vento, com o risco de sobrar bala perdida para o regime democrático do país?