Entre Contos e Contas
Domingo é o dia em que as famílias se reúnem em almoços, sejam eles em casa, geralmente das matriarcas, em parques fechados com direito a redes saboreando o balançar das folhas nas árvores, chalés lembrando a casinha de boneca ou em clubes à beira do Lago Paranoá dando direito a sombra, Jet-ski e água fresca, enfim há uma gama de lugares onde os invencionismos são inúmeros, pois o mais importante nisso tudo é que estejam todos reunidos e desta reunião saiam os contos.
É um dia mágico no qual se deposita uma dose cavalar de esperança.
A semana pesou nas costas, o trabalho é árduo e a compensação é ínfima, como se não bastasse tudo isso ainda há as contas a pagar.
Pagamos para obter tudo e qualquer coisa.
Quase tudo nesta vida é oneroso.
Se me disser que o amor é de graça eu digo que não, não é de graça. Se quer agradar alguém terá que desembolsar alguns bocados e comprar um presente, se quiser ser econômico, mesmo assim terá que pôr a mão no bolso para sair e pagar um lanche, ir ao cinema, se quiser dar conforto andar de carro é ótimo só que ele também cobra o seu quinhão. Se quiser diversão, comer, estudar e ter diploma, não há generalização, mas falo nas ações usuais, terá que pagar por tudo isso, mesmo que o curso seja de graça, terá que pagar pela internet e outros detalhes que a acompanham.
Existe uma coisa que sim pode se dizer, é de graça, o conto.
Se conto um conto e faço rir, ganhei meu dia, mas não gastei nada para fazê-lo. Fiz uso apenas da minha imaginação ou do disse me disse, este sim é milenar, farto na criatividade, propaganda gratuita.
Se eu disser a você que a mim está saindo caro o pensar no conto, um conto especifico onde minha imaginação anda adormecida, amornada, me dirá que menti em ter dado a ele o cunho da gratuidade.
Neste contexto o que não tinha preço passou a cobrar.
Entre contas e contos nos divertimos levando em nossas bagagens esperanças, alegrias, parcerias e imaginação. Fazemos dos domingos os dias perfeitos com nossas famílias e amigos.
Ana Cristina.