Comodismo

Comodismo, o revés do progresso pessoal.

O lamento um tanto que por gosto de não quero, mas está bom, faz com que nós aceitemos por acaso dos benefícios, da situação, um estado aparentemente benéfico.

É que aceitamos tais teatros por insuficiência dos pensamentos e aspirações que permeiam nossas vontades e nossas verdades, que assim tomamos como cenário real e intimo quando nos deixamos jogados a revelia por condução de outrem.

Tomamos como nossa e de estado passivo, aquelas que os outros nos contemplam de forma cômoda para eles também.

Presenteamo-nos em desculpas lapidadas, afim de não haver “duvidas em nossas certezas”, o que nos dão gás para juramentarmos o nossos votos prévios e que tomamos por definitivo em nossas certezas, mesmo que temporário na realidade contextual.

Revigoramo-nos em estado empanturrado por saber das muletas que nem notamos ser parte de nossas atitudes.

Por questões de negligência existencial, as desculpas verdadeiras que comungamos todo dia, nos dão o alicerce para sermos convictos e aceitarmos o que aparente, são.

É comum adiarmos certas demandas por faltar-nos a segurança do empunhar as rédeas da nossa conduta, sempre esperando que “caia do céu” uma resposta a qual está dentro de nós. A coragem de perguntar sem medo da resposta é uma questão de atitude.

O escuro que pra criança, aterrador, tanto quando para nós é a atitude de exercer o comando das nossas decisões, como que hesitássemos em limpar a cara suja das atitudes medíocres perante as oportunidades que a vida nos dá em bandeja esfolada em insistências vãs.

Enquanto nós deixamos nossas atitudes para que os outros as adotem, boicotamo-nos em frívolas verdades. A falta de capacidade, atitude e até coragem nos direciona a um comportamento mesquinho que se faz por sermos convictos em nossas verdades e satisfatória a nossa péssima condição.

Inerte e com pensamentos alienados, trazemos nossa vida para um mundo desenhado em atitude amiúde.

De certa forma é um estado de letargia a nossa voraz apatia em sentido ao despertar nossas necessidades adormecidas que só pelo esculacho e sentimento de vergonha (em uns poucos), é que podemo-nos despertar desse estado sonambúlico de ação minimalista.

O tépido estado da ação de que nos faz passageiros de conduta pessoal, em que o comandante sempre priva a suas necessidades, deixando assim as nossas em stand by acabrunhando-nos o semblante e tosando-nos as asas de vôos libertos, mas tormentos.

Está aí, é muito mais fácil e como o próprio tema diz, cômodo, e de certa forma egoísta, atribuirmos o comando das nossas diretrizes aos que vêem nessa, a oportunidade de suprir suas necessidades.

A apatia, um estado doentio e que muitos insistem em chama-la de sossego é que se agarram os que pela vida preferem as sombras das ações a escaldante sol da autonomia.

É inegável que a existência nos traz desconfortos que de longe pensaríamos, mas viver não é estar vivo tão só, é enfrentar os tormentos da existência, proporcionando-nos o deleite da grandeza da leveza da liberdade, a viver um mundo estagnado no medíocre conforto aparente.

valdir meira
Enviado por valdir meira em 18/10/2015
Reeditado em 20/10/2015
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