Domingo, 13/9/2015
O homem e a sua razão de ser - Crônica
Antonio Feitosa dos Santos 
 
 
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Foto: Feitosa dos Santos - Educação! O Brasil tem pressa 11046565_871319796292310_8800119750442024559_n.jpg?oh=5b30ffd3eb187ca66bef493956f47033&oe=5671D12C&__gda__=1450305189_f211f46659d695f28fe865954ef1c9bf

Sabe aquele dia em que a gente se senta em um canto qualquer e começa a pensar? Pois bem, hoje foi o meu. Sentado em cadeira de madeira na varanda do nosso apartamento, voltado na direção do sol poente, buscava alguma resposta as dúvidas existenciais, olhando muito além do horizonte. Apesar da direção para a qual olhava, nada via além dos próprios pensamentos, compostos de interrogativas conceituais, popularmente concebidas e aplicadas à margem das ciências, sem qualquer cerimônia ou constrangimento.

Tenho procurado escrever sobre a mulher, o amor, a vida e sobre temas regionais, mas nunca escrevi especificamente sobre o homem. Hoje, pois, pensando comigo mesmo murmurei, acho isso um equívoco preconceituoso, não ter até o momento rabiscado em palavras alguns parâmetros nos quais o indivíduo masculino esteja inserido.

Embora mirando para além do horizonte, veio a mim, uma frase dita por mulheres, e, da qual me lembro, desde muito jovem. Ouvia sempre das moças da época, “Oh! Se os homens entendessem as mulheres”.

Guardei-a como uma verdade plena. Hoje, porém, eu proponho a controvérsia. Ousando e nunca radicalizando, ponho lado a lado os mais sublimes substantivos da criação divina: “o homem” e “a mulher”. Invertendo propositalmente a frase descrita. Então vejamos: “Oh! Se as mulheres entendessem os homens”. É esta uma proposição diferenciada?

O homem foi criado, diferenciado e caracterizado na prole familiar, como o macho, o dominador, aquele que não deve chorar e não pode ser sensível aos fatos que requeiram a sensibilidade nata do ser humano. Esqueceram, porém, de avisar-nos que somos feitos da mesma matéria que encobre a estrutura óssea da mulher e que temos o mesmo formato, embora menos sinuosos e com órgãos genitais diferenciados do ponto de vista estético e orgânico.

Por vezes sinto o espanto no rosto de algumas mulheres ao se depararem com um homem cavalheiro, educado e sensato, sendo visto como se fosse um ser de outro planeta, tão arraigada é a cultura do machismo produzida pelas famílias em relação aos homens.

Assim sendo, me apraz ao escrever a todos, o homem no sentido maior desta palavra, chora sim, é sensível, tem seus recatos, é dócil e assim como a mulher tem um coração que dispara no encontro com o amor, gosta de carinho e é carinhoso e acima de tudo isto, foi, é e será o genitor dos filhos de uma mulher. Logo poderá compartilhar a liderança de um lar com sua parceira e não só, como costumamos chamá-lo “cabeça da família”. Até porque há muitas mulheres que assumem este papel.

Marcante será o dia em que o homem não necessitará coçar-se para ser denotado como o macho. Faz-se necessária maior atenção a este ser de matéria e espírito e não apenas, a imagem distorcida que nos fora legada a centenas de milhares de anos, através dos escritos que o próprio homem elaborou, pois com toda a certeza, se a mulher houvesse escrito, com a sapiência de mãe, por certo, seria diferente, o homem e a mulher seriam mais parceiros. Acredito que a mulher sabe ser e fazer uso da matéria da qual se emoldura.

Questionemos então, sobre os homens que perdem o sentido de direcionamento no decorrer da vida, por não saberem evoluir segundo a sua constituição e a sua vontade, mas em decorrência de ensinamento nem sempre favorável ao crescimento interno do homem. Contudo até hoje são práticas disseminadas no seio familiar, a figura masculina, como o machão, o inabalável, o pegador entre tantas outros já em desuso para estes rótulos.

Perdoem-me as mulheres, estas a quem, eu devoto todo o meu respeito e carinho, hoje, pois, eu digo: “Oh! Se as mulheres entendessem os homens”.

Rio, 14/10/2007 

Postado por Antonio Feitosa dos Santos