O "DIA DO FICO" SE REPETIU!
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O “Dia do Fico”, ocorrido em 9 de janeiro de 1822, historicamente pronunciado pelo então príncipe regente D. Pedro de Alcântara, voltou a ocorrer de novo em 2015. Dessa vez, pelo presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, que, embora denunciado no STF, não deixará o cargo porque fora eleito por seus pares, provará sua inocência e será´absolvido! Será?
O deputado, denunciado por envolvimento na “Operação Lava Jato” está usando a presidência da Câmara para pressionar o Governo com seguidas “pautas bombas”, onerando a folha de pagamento do Estado brasileiro, obrigando a presidente da República a seguidos vetos, deixando a popularidade de Dilma Rousseff baixíssima. Essa briga ridícula tem que acabar pelo bem do Brasil porque a instabilidade política, briga entre poderes e a crise financeira estão afastando novos investimentos, fazendo oscilar muito o valor do dólar e não permitindo confiabilidade ao país. Usando o texto constitucional que diz que todos são inocentes até que a última condenação tenha transitado em julgado, sem possibilidade de mais nenhum novo recurso, o deputado Eduardo Cunha, resiste ao pedido de renúncia ao cargo, o que permitiria mais transparência nas investigações e mais tempo para que pudesse apresentar sua defesa à Justiça. Se for denunciado pelo Ministério Público, o deputado passará de investigado a réu e mesmo assim garante que permanecerá ocupando seu cargo porque a palavra “renuncia” não existe no seu dicionário dele. Seria diferente o dicionário que ele usa na Câmara e só teria as palavras “propina”, “propina”, diversas vezes? Muito suspeito o dicionário usado pelo presidente Câmara Federal. Ele conseguiu ser mágico e transformou o prédio da casa em um lucrativo balcão de negócios escusos.
O que ficou conhecido como o “Dia do Fico”, se deu quando D. Pedro de Alcântara não aceitou as ordens das Cortes Portuguesas que exigiam sua volta a Lisboa, decidindo ficar no Brasil. Em 2015, o deputado presidente da Câmara protagoniza de novo o “Dia do Fico”, mas por outros motivos e razões”. Em 1832, as Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, segundo o site Wikipédia, defendiam a ideia de transformar o Brasil em uma colônia de Portugal e mandaram a decisão ao príncipe regente D. Pedro de Alcântara para que retornasse de imediato a Portugal. Ele dissera “digam ao povo que fico”, permanecendo no Brasil e declarando a independência do Brasil de Portugal, no dia 7 de setembro de 1822.
Mas isso é história. Voltemos à questão do presidente da Câmara Federal, que declarou não o dia do Fico, mas o dia do “permaneço”! Incrível e muito estranho esse apeto ao cargo!.
Em palestra que fez e nas entrevistas que prestara à imprensa, repetiu sempre que em seu dicionário não existia a palavra renúncia, e ele fora eleito por seus pares e continuaria até o final de seu mandato de presidente. Como um deputado investigado por corrupção pelo STF, poderia suceder a presidente da República, Dilma Rousseff em caso de ausência dela e de seu vice, Michel Temer? Que moral teria para cobrar alguma coisa de alguém?
Nos bastidores da política brasileira, ocorrem mais fatos estranhos e que se interligam, formando uma intrincada e indecifrável teia de aranha em torno dos cargos e poder, do que de coisas compreensíveis e que podem ser divulgadas e tornadas públicas conhecimento de todos os eleitores!