SER POLÍTICO NÃO É PROFISSÃO
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Desde quando a humanidade recebeu da Grécia antiga os princípios primários da democracia, nascida nas cidades-estados de Atena e Corinto (A CIDADANIA COMO FATOR DE RESGATE SOCIAL, Carlos Costa. Ed. Scortecci, SP/2005 (in carloscostajornalismo.blogspot.com) e o governador grego Péricles (495/429 a.C, estadista ateniense, orador e chefe do partido democrático que dominou a cena política grega de 450 a.C, até sua morte), declarou em praça pública que ninguém era tão ocupado que não dispusesse de 5 minutos de seu tempo para tratar de assuntos da sua pólis e decidir coletivamente, passei a entender que ser político não é uma profissão, mas um sacerdócio em benefício da coletividade e que a remuneração deve ser relativa. Deva receber ajuda de custos e até as verbas de gabinete. Mas tudo deve ser referendado depois por quem os elegeu.
Deve ser remunerado, sim, mas os últimos acontecimentos políticos no Brasil não permitem que eles reajustem seus salários da forma valor que desejarem. Claude Mossé (História de uma Democracia – Universidade de Brasília,1980 (in CIDADANIA COMO FATOR DE RISCO SOCIAL, de Carlos Costa) garante que tanto na Grécia do passado como no Brasil de hoje – essa afirmação é minha - “constatamos algumas distorções”. Garante Mossé que “...o povo era soberano, mas o exercia dentro de certos limites” e que teria sido nessa época que se rigorosas normas “à ordem do dia e periodicidade das sessões”. Continuo afirmando, porém, que ser político não é uma profissão, mas uma dedicação à cidade e à sociedade, pelo bem geral de todos, mesmo que remunerado para exercer seus mandatos. Toda a estrutura deve ser revista e adequada à nova ordem do Brasil.
Contudo, no Brasil, a profissão que não existe por direito e de fato, se mantém rentável e com salários cada vez mais elevados. Constitucionalmente, a redução de salários de prefeitos e dos próximos vereadores, em municípios do Estado do Paraná, por pressão da população, deveria ter partido da Câmara Federal e atingiria as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais, respeitando a hierarquia das leis. As decisões dos vereadores de municípios do Estado do Paraná, podem ser facilmente derrubadas, porque não se sustentam dentro do princípio legal. Mas por que a ideia não é ampliada para todo o Brasil, permitindo que políticos possam exercer suas profissões e seus mandatos, nem que para isso tenha que se mudar tudo, inclusive a mentalidade da sociedade apodrecida e ávida de TER e não de SER? Não sei, mas foi um bom exemplo de exercício de cidadania, com moradores tomando as rédeas em suas mãos e dizendo o que querem para seus municípios!
Agora, pelas redes sociais, o PT passou a ser chamado de “Camarão”: vermelho, cego, anda para trás e tem fezes em sua cabeça. De certo modo e em alguns aspectos, sou forçado a concordar com o que dizem: o PT, no Governo Dilma Rousseff, tem sido indeciso demais, mas a culpa não é só da presidente. É de todos os membros da sociedade. Culpar só a presidente por tudo, é querer forçar a barra, como se diz na linguagem popular atual. A sociedade é tão ou mais culpada do que a presidente, porque não soube escolher e deixou se vender por promessas que nunca serão cumpridas integralmente. A presidente Dilma Rousseff tem culpa, sim! Mas quem não teria para governar um país tão complexo como o Brasil? Qualquer um!
Até mesmo o Governo Militar, que assumiu nos destinos dopais e passou a administrá-lo como bem quis, não conseguiu realizar tudo o que se propôs a fazê-lo! O maior exemplo de que nem tudo é como as pessoas pensam, querem e desejam, foi os 12% de crescimento econômico com uma taxa de inflação de mais de 800% ao ano. Adiantou crescer? A tese defendida pelo Ministro do Planejamento, Delfim Neto, de que o Brasil precisaria crescer para depois ser distribuído, não deu certo, como também não deu certo a famosa e ambiciosa estrada da integração nacional, a Transamazônica, que motivou uma desesperada, desorientada e desorganizada corrida para a Região Norte. A estrada até hoje está inacabada, com muitos problemas e conflitos de terra por onde ela passa!
Na verdade, a pecha de “Camarão” se torna propicia a sociedade também, porque ela tem o poder de mudar tudo, mas não é vermelha. É cega, anda para frente e para trás e em vez de usar o voto como arma poderosa, tem fezes na cabeça e troca o poder da sua mudança por uma casa, um rancho, uma conta de luz menor, mesmo sabendo que tudo lhe será cobrado em dobro, depois É ridícula essa cena dantesca, mas é a pura realidade. Dentro desse universo, existem ainda os partidos políticos “camarões”, que falam em nome do povo e defendem só seus próprios interesses, os melhores cargos na administração pública, as maiores fatias no bolo da corrupção praticada e combatida pelo Governo. A questão é que os corruptos e corruptores sabem que se não houver mudança nas leis, mais agilidade em seus julgamentos, os processos prescreverão por decurso de prazo, como aconteceu com o caso do chamado “Valerioduto”, quando muitas penas deixaram de ser aplicadas porque havia sido prescritas nove anos depois, quando se deu o início dos julgamentos, por pressão da sociedade.
Tudo o que a sociedade fez em municípios do Paraná pode ser derrubado por uma questão técnica: foi feito de baixo para cima e não de cima para baixo, da Câmara Federal para que as outras Casas Legislativas se adequassem a ela. Ao contrário como ocorreu, a cidadania dos moradores pode se derreter ou ser atropelada pela Lei Constitucional, na próxima esquina. Mas não deixará de ser um ótimo exemplo a ser seguido como exemplo positivo!