MÃEZONA DO BRASIL
Quem teria o perfil ideal para ser designada de a Mãezona do Brasil? Tarefa complexa , pois existem algumas mulheres brasileiras em grande evidência nos campos da ciência, educação, esporte, jornalismo, política e etc. Mas utilizando-se de um critério de avaliação, que leva em consideração sobretudo o número de pessoas beneficiadas pela a atuação dessa pessoa, certamente que o nome da médica, Zilda Arns desponta e sobrepõe sobre as demais justamente por sua destacada atuação na vida social do país como Coordenadora da Pastoral da Criança.
Digo isto porque tenho acompanhado pela mídia suas atividades, não só na Pastoral da Criança, como também na Pastoral da Pessoa Idosa. Esses dias mesmo tive o prazer de vê-la sendo entrevistada numa emissora de TV afiliada da Globo daqui de Goiânia sobre o problema de assistência aos idosos, dentre outros. O interessante nessa senhora é que quando ela fala parece sair jatos de sabedoria de suas palavras, traduzindo inequivocadamente o amor que dispensa em seu sacerdócio de ajuda humanitária às pessoas carentes. Sabe-se que ela comanda 268 mil voluntários, cuja finalidade maior seria o combate a mortalidade infantil e a desnutrição. Trabalha incansavelmente há anos desempenhando suas atividades em todos os estados da federação sempre acompanhando as gestante e transmitindo as mães a preparação de soros caseiros e questões básicas de higiene. Por isso tudo já foi indicada várias vezes ao prêmio Nobel da Paz.
Para se conhecer um pouco mais sobre essa maravilha de pessoa que já conta com seus bem vividos 72 anos de idade, citar-se-á aqui um trecho de uma entrevista na qual lhe perguntaram sobre “como começou sua história com a Pastoral?”. Ela respondera da seguinte maneira: “Concluí o curso de Medicina em 1960 e prestei concurso para trabalhar como pediatra na Secretaria de Saúde. No hospital público em Curitiba, via tanta miséria, tanta criança doente, com diarréia. Pensava: “Será que vou passar minha vida inteira curando o que poderia ser prevenido?”. Em 1982, depois de uma reunião da ONU sobre a paz mundial, em Genebra, meu irmão, dom Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo de São Paulo naquela época, me telefonou perguntando se eu aceitaria pensar em como implantar um programa para a igreja ajudar a salvar a vida de crianças. Tinha a certeza de que a maioria das doenças que acometiam gestantes e crianças poderiam ser prevenidas se as famílias tivessem mais conhecimento e apoio. Começamos eu, uma datilógrafa e um grupo de obstinados. E aconteceu como no milagre da multiplicação dos pães. Cada líder difundia seu saber por 10 a 20 famílias. Hoje acompanhamos cerca de 2 milhões de crianças e 95 mil gestantes no Brasil. Também estamos em outros 16 países”. Quem conseguiu ler até aqui, certamente há de concordar comigo sobre os motivos que me levou a denominá-la de a MÃEZONA DO BRASIL.