HOMO SAPIENS SAPIENS OU DEMENS ?

HOMO SAPIENS SAPIENS OU DEMENS ?

Homo com epíteto duplo de sapiens, augusta definição dada por nós mesmos,

Custo a crer que verossímil é apoiar tal alegação,

Amontoados estamos, o que leva a proliferação de dejetos,

Pari-passu estão as chamadas zoonoses, algumas já da urbi et orbi,

Aniquilamo-nos com gases tóxicos das proezas da tecnologia,

Telencéfalo desenvolvido e polegar opositor, já não nos diferenciam,

Criaturas desprivilegiadas de intelecto, se mostram mais sagazes,

Talvez possamos implementar, um antagonismo, que na realidade, um paradoxo,

Homo sapiens demens, seria uma nomenclatura mais acertiva,

Basta ver o que comemos, com inúmeros agrotóxicos, letais,

Por vezes, com nomenclaturas como teratogênicos,

Carcinogênicos saiu de moda, essa já é nossa matriz, somos herdeiros do caos,

Apregoamos veementemente que é um mal necessário para ter víveres,

A lógica funesta inserida neste texto, é a tônica da sociedade,

Perdida nos vícios, e com isso a desculpa para o continuísmo do exagero,

Por vezes, olho para o horizonte, um cobertor castanho, nítrico,

Parece estar longe, mas permeia toda abóbada, até a palatina ?

Talvez chegue com intensidade menor, mas estará irremediavelmente presente,

Revoluções industriais, já são mais de 3, e esperamos um milagre,

Religiões pregam a grande tribulação, mas, já estamos nela,

Basta olhar nas esquinas, bancos de hospitais, quando esses os têm,

A água um dissabor, não mais inodora, insípida, apenas incolor, até quando ?

Cinturão de chuvas sendo empurrados, vide Sahel,

Desertificação em larga escala e não nos alardeamos mais ?

Houve inegável transformação, substituição dos andarilhos sobre a Terra,

Somos ainda uma exalação no tempo geológico, mas já fizemos coisas hediondas,

Hecatombes nucleares, trabalho escravo, prostituição de crianças, uso de drogas,

Quão sábio somos, e quanto temos de rédeas nas mãos ?

Uma analogia, de zero absoluto, não poderia ser diferente,

Procuramos a cada ano, não produzir mais, e sim, ganhar mais,

Serei mais feliz se a indústria farmacêutica faturar mais 100 bilhões do que o ano passado ?

Não. Isso nos diz quanto estamos doentes,

Terei mais alimentos na mesa ? Pode ser. Não esqueça do agroterror,

Qual teoria usar ? Qual sistema de governo ? Qual religião ?

Não sejamos velhacos, sabemos em nossos íntimos, muitas das soluções,

Por que não aplicamos, por medo das mudanças ?

“A única certeza é a da mudança”, o que esperar do futuro ?

Não o teremos, se não pensarmos e agirmos no presente, cada um de nós,

Essa é uma simples abstração que devemos implementar no “eu” de cada um de nós.

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