Amar e nada mais
Só quem já amou de verdade sabe o significado de um “Eu te amo”, quando eu era criança sempre ouvia “eu te amo” da minha mãe e até hoje não desligamos o telefone sem falarmos essa mesma frase.
Cresci e aos poucos fui descobrindo outras formas de amor e de amar, eu sonhava com o “te amo” apaixonado, dito por um homem lindo, e com a voz um pouco trêmula, para deixar sua emoção bem evidente, o tempo passou,aconteceu,ouvi e retribui, Clichê? Que seja, mas não a nada mais emocionante que ouvir um “eu te amo” em pleno encantamento da relação, quando a declaração ainda é fresca, verdadeira, a confirmação de algo estupendo que se está experimentando, um sentimento por fim alcançado e que se almeja eterno.
Infelizmente algumas pessoas não têem a sorte de amar com a mesma intensidade e frequência que falam, para alguns o “amor” entra no circuito automático e vira aquele eu te amo dito nos finais dos telefonemas, como se fosse um “câmbio, desligo” .
O tempo seguiu passando e até hoje continuo descobrindo várias outras formas de amar. “te amo” a ser escutado e falado, diferente dos que acontecem entre pais e filhos e entre amantes.
É quando o “te amo” não é dito a fim de firmar um compromisso, para manter alguém a par das nossas intenções ou experimentar uma nova aventura. Ele vem desvinculado de qualquer mensagem nas entrelinhas, não possui nenhum caráter de amarração e tampouco expectativa de ouvir de volta um “eu também”.
Amor por pessoas que conheci no trabalho, numa “mesa” de bar, nas escolas,universidades,cidades e ruas por onde passei, amor por quem já tenho uma história de vida compartilhada.
È aquele “te amo” falado para as amigas e amigos, e escutado deles também, amor manifestado espontaneamente àqueles que não me exigem explicações, que apoiam minhas maluquices, que fazem piada dos meus defeitos.
É um “te amo” que cabe ser dito inclusive aos ex-amores, ao menos aos que nos marcaram profundamente, aos que nos auxiliaram na composição do que nos tornamos, e que mesmo nos tendo feito sofrer, foram fundamentais na caminhada rumo ao que somos hoje. É quando o “eu te amo” deixa de ser sedução para virar celebração