Roubaram o meu Flamboyant!
Havia uma semana que eu não caminhava... Chovera muito e com vento frio. Fiquei desanimada... Levantei-me às seis horas nessa segunda feira. Tomei um cafezinho, enchi a garrafa pet com dois litros d’água para levar e molhar a muda do flamboyant que plantei no dia de Natal de 2014, na Av. Prefeito Olívio de Mattos, do outro lado da linha do trem,quase em frente à Rua Dona Lélia, e a regava duas ou três vezes por semana!
Naquela manhã de segunda-feira, 29 de junho de 2015, quando me aproximava do local, ia me perguntando: - Onde está o meu flamboyant? Daqui onde estou já dava pra eu ver os seus galhos... Até que, estupefata cheguei mais perto onde eu o plantara e logo me certifiquei que a árvore não estava mesmo naquele lugar... Fiquei ali, estática, de braços cruzados segurando a emoção e sentindo a dor da perda. Depois, caiu a “ficha” como se diz... Deixei a garrafa d’água escondida em meio ao mato, como faço de costume e fui caminhar. No caminho da pista uma amiga e outras pessoas conhecidas, diziam: “Você viu menina? Pegaram a sua plantinha... Quanta maldade nesse mundo, não é? Você cuidava sempre tão bem dela... Molhava, tirava os matinhos...”. E eu completava: Você reparou? Retiraram as mudas sem mexer nas ripas, na cerca de arame e sem revirar a terra!... Eu não consigo compreender como?... Parecia cena de crime perfeito!
Lembrei-me da reação de pessoas quando lhes roubam bichinhos de estimação... Ou um carro, moto ou outro bem... Lembrei-me do meu carro, uma Brasília roubada da porta da Igreja naquela mesma rua, há alguns anos atrás... Parecia a mesma coisa!
Nas férias do ano passado ganhei duas mudinhas daquela espécie de árvore, do jardineiro que cuidava da grama do pequeno Bosque do Museu Casa do Poeta Casimiro de Abreu, em Barra de São João - RJ. Depois de bem crescidas, replantei uma das mudasao lado da excelente trilha de caminhada naquele lugar. Observava constantemente o seu desenvolvimento e pensava: Será que a verei florir com aquelas flores vermelhas da árvore-Mãe lá do bosque?
Mas, muitas coisas lhe aconteceram. Observei certa manhã: quebraram o seu broto, a guia principal da árvore. Tempos depois, algum outro vândalo quebrou um pouco mais em baixo do seu tronco. O mato estava muito alto. Eu precisava de alguém para colocar umas estacas ao seu redor, para protegê-la. No dia seguinte quando fui trabalhar delonge avistei alguns roçadores da Prefeitura e fui atéa um deles, um senhor muito simpático e fiz-lhe o pedido para que não cortasse a árvore...Solícito me respondeu:
“Fique tranquila, senhora. Vou observar”. Agradeci sorridente.Quando voltei do trabalho às 17 horas, de longe vi tudo roçado! Fiquei chocada... Cheguei perto, descobri o mato cortado e rente a terra encontrei uma forquilhade dois centímetros, em forma de “V”. Limpei o mato à sua volta, coloquei umas estacas de galhos e triste fui para minha casa. No outro dia recomecei a regá-la novamente como fazia antes, e ver o que iria acontecer... Naquela noite choveu bastante! E alguns dias depois, para minha alegria,no meio da forquilha em forma de “V” brotavam viçosos e com folhas tenras bem verdinhas, não só uma, mas duas novas mudas! Que força regeneradora Deus dá à Natureza! Fiquei pensando nisso... Agora eu tinha que cercar as minhas árvores! Afinal, agora eram duas! E não pensava em deixar só uma muda.
Alguns dias depois, pedi ao meu primo Carlinhos e fomos lá com ferramentas e arames, para cercar e marcar o local. Lembrei-me que às vezes eu via animais pastando por ali e agora precisava protegê-la mesmo! E as duas mudinhas cresceram e já estavam novamente com quase uns 0,60 cm de altura, da mesma altura que eu havia plantado no Natal passado.... Achei um espetáculo aquela regeneração e me senti muito contente! Comecei a imaginá-las como árvores adultas... Grandes, frondosas cheias de flores vermelhas nos cachos como vira no bosque...
Mas, foi tudo um sonho...Roubaram o meu Flamboyant... Eu tinha que ter pensado que isto pudesse acontecer. Ali é um local público... Sei, mas senti muito e ainda sinto. Seria uma lembrança de lá, aqui bem perto.
Voltei para casa da minha caminhada, desolada. Parecia estar dormindo ainda.Precisava me consertar! Escrever alguma coisa para me confortar... Queria fazer um poema.Como nos diz o provérbio popular: “Queria fazer do limão uma limonada”. Apenas consegui fazer este registro manifestando a minha decepção.
Esta é minha singela Homenagem - comemoramos em 06 de junho- Inicio da Semana do Meio Ambiente e me orgulho muito de saber amar e respeitar a Natureza no lugar onde vivo!
Espero que quem levou o meu Flamboyant esteja pelo menos, cuidando bem daquela árvore!
Piabetá, 29 de Junho de 2015.
IraíVerdan
(Crônica - Recanto das letras)
Havia uma semana que eu não caminhava... Chovera muito e com vento frio. Fiquei desanimada... Levantei-me às seis horas nessa segunda feira. Tomei um cafezinho, enchi a garrafa pet com dois litros d’água para levar e molhar a muda do flamboyant que plantei no dia de Natal de 2014, na Av. Prefeito Olívio de Mattos, do outro lado da linha do trem,quase em frente à Rua Dona Lélia, e a regava duas ou três vezes por semana!
Naquela manhã de segunda-feira, 29 de junho de 2015, quando me aproximava do local, ia me perguntando: - Onde está o meu flamboyant? Daqui onde estou já dava pra eu ver os seus galhos... Até que, estupefata cheguei mais perto onde eu o plantara e logo me certifiquei que a árvore não estava mesmo naquele lugar... Fiquei ali, estática, de braços cruzados segurando a emoção e sentindo a dor da perda. Depois, caiu a “ficha” como se diz... Deixei a garrafa d’água escondida em meio ao mato, como faço de costume e fui caminhar. No caminho da pista uma amiga e outras pessoas conhecidas, diziam: “Você viu menina? Pegaram a sua plantinha... Quanta maldade nesse mundo, não é? Você cuidava sempre tão bem dela... Molhava, tirava os matinhos...”. E eu completava: Você reparou? Retiraram as mudas sem mexer nas ripas, na cerca de arame e sem revirar a terra!... Eu não consigo compreender como?... Parecia cena de crime perfeito!
Lembrei-me da reação de pessoas quando lhes roubam bichinhos de estimação... Ou um carro, moto ou outro bem... Lembrei-me do meu carro, uma Brasília roubada da porta da Igreja naquela mesma rua, há alguns anos atrás... Parecia a mesma coisa!
Nas férias do ano passado ganhei duas mudinhas daquela espécie de árvore, do jardineiro que cuidava da grama do pequeno Bosque do Museu Casa do Poeta Casimiro de Abreu, em Barra de São João - RJ. Depois de bem crescidas, replantei uma das mudasao lado da excelente trilha de caminhada naquele lugar. Observava constantemente o seu desenvolvimento e pensava: Será que a verei florir com aquelas flores vermelhas da árvore-Mãe lá do bosque?
Mas, muitas coisas lhe aconteceram. Observei certa manhã: quebraram o seu broto, a guia principal da árvore. Tempos depois, algum outro vândalo quebrou um pouco mais em baixo do seu tronco. O mato estava muito alto. Eu precisava de alguém para colocar umas estacas ao seu redor, para protegê-la. No dia seguinte quando fui trabalhar delonge avistei alguns roçadores da Prefeitura e fui atéa um deles, um senhor muito simpático e fiz-lhe o pedido para que não cortasse a árvore...Solícito me respondeu:
“Fique tranquila, senhora. Vou observar”. Agradeci sorridente.Quando voltei do trabalho às 17 horas, de longe vi tudo roçado! Fiquei chocada... Cheguei perto, descobri o mato cortado e rente a terra encontrei uma forquilhade dois centímetros, em forma de “V”. Limpei o mato à sua volta, coloquei umas estacas de galhos e triste fui para minha casa. No outro dia recomecei a regá-la novamente como fazia antes, e ver o que iria acontecer... Naquela noite choveu bastante! E alguns dias depois, para minha alegria,no meio da forquilha em forma de “V” brotavam viçosos e com folhas tenras bem verdinhas, não só uma, mas duas novas mudas! Que força regeneradora Deus dá à Natureza! Fiquei pensando nisso... Agora eu tinha que cercar as minhas árvores! Afinal, agora eram duas! E não pensava em deixar só uma muda.
Alguns dias depois, pedi ao meu primo Carlinhos e fomos lá com ferramentas e arames, para cercar e marcar o local. Lembrei-me que às vezes eu via animais pastando por ali e agora precisava protegê-la mesmo! E as duas mudinhas cresceram e já estavam novamente com quase uns 0,60 cm de altura, da mesma altura que eu havia plantado no Natal passado.... Achei um espetáculo aquela regeneração e me senti muito contente! Comecei a imaginá-las como árvores adultas... Grandes, frondosas cheias de flores vermelhas nos cachos como vira no bosque...
Mas, foi tudo um sonho...Roubaram o meu Flamboyant... Eu tinha que ter pensado que isto pudesse acontecer. Ali é um local público... Sei, mas senti muito e ainda sinto. Seria uma lembrança de lá, aqui bem perto.
Voltei para casa da minha caminhada, desolada. Parecia estar dormindo ainda.Precisava me consertar! Escrever alguma coisa para me confortar... Queria fazer um poema.Como nos diz o provérbio popular: “Queria fazer do limão uma limonada”. Apenas consegui fazer este registro manifestando a minha decepção.
Esta é minha singela Homenagem - comemoramos em 06 de junho- Inicio da Semana do Meio Ambiente e me orgulho muito de saber amar e respeitar a Natureza no lugar onde vivo!
Espero que quem levou o meu Flamboyant esteja pelo menos, cuidando bem daquela árvore!
Piabetá, 29 de Junho de 2015.
IraíVerdan
(Crônica - Recanto das letras)