FINEZA em três tons de pureza.

Nos tempos que passa, um som que desgasta; sem qualidade, é fanho o telefone. Bondes transitam. pela vidraça é vistas, moçoilas caminham, de roupas compridas jardins e calçadas, tão coloridas, assim se defendem do sol causticante.

Uma barcaça, um trem a vapor, crianças correndo, grandes alaridos, um velho sofrido, idades em dores, no banco da praça, lendo um livro, recita comentam um estribilho, socando a bengala interpreta e fala a voz do ator.

Um realejo, uma moça sonhando com seu cavaleiro, seu corpo tão belo, de pele rosada, nunca tocada é páginas em branco, esperançosa, imaculada, um livro aberto, prefácio, não tem história e nem começo.

Ali bem de frente, um casarão, um lenço molhado jogado no chão, é a moça que sofre decepções, no relógio da igreja, um ponteiro insistente, ditando as horas, o moço não veio triste sina desta menina que só queria descobrir quem diria os tratos vaidosos deste amor tão gostoso.

Levanta e caminha em passos tão lentos, um senhor de cachimbo, fumaças ao vento, quando a vê admira, que linda mocinha, você não queria comigo ficar só um dia, um só instante. A moça se assusta, o carro apita a sirene da fábrica, voam os pombos, a moça em silêncio contrita medita, quem sabe seria o meu amor, este senhor muito elegante.

Na passarela, o velho e ela conversam bastante. É tarde; as aves no céu fazendo rasante, catorze bis tão garboso, o zepelim fixando pairando nos ares no horizonte... O sol cor de rosa, cenário tão lindo em clima romântico.

Dizia o velho você tão formosa quero tê-la, você vem comigo vou te mostrar meus aconchegos, quero ser o seu súdito, minha rainha, o som da sua voz, me alucina, minha música em melodia, meu violino, na grande sala realça uma valsa cantos e encantos, meu acalanto, acordes, os dois tão grã-fino . É fanho o gramofone.

Antônio Herrero Portilho/13/7/15

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 13/07/2015
Reeditado em 24/03/2024
Código do texto: T5309145
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