Começo, meio e fim
Não me conformo em ver como as pessoas se referem à morte. Quando alguém nasce, compram-se roupas, brinquedos, fazem festas… abraçam a vinda de alguém que ainda nem conhecem. Já quando alguém morre, derramam-se prantos e lágrimas de crocodilo, como se amaldiçoassem o partir de alguém que fez história e que lutou por sua vida até o seu último suspiro. Deviam festejar o fim de quem fez tudo para ter um belo começo, festejar a chegada e a partida, com exceção daqueles que tiveram suas vidas roubadas à flor da idade. Que brindemos o vir e o ir, com risos e vinho. A morte é o encerramento do festival da vida, é o fim dos sonhos realizados ou não, em vida. É o momento em que as cortinas do teatro da vida se fecham e nós que estamos na platéia, devemos nos levantar e aplaudir com grande gozo o espetáculo do nascer, viver e morrer.