Será que estou na Contramão?
Nosso Senado acaba de aprovar o projeto de lei que torna Crime Hediondo o assassinato e a lesão corporal contra policiais, bombeiros e militares no exercício da função.
O texto também prevê aplicação de pena mais dura quando o crime for praticado contra cônjuge, companheiro e parente até terceiro grau destes.
Por ser um crime contra um Agente do Estado, torna-se Homicídio Qualificado que, pela Lei é Crime Hediondo.
Falta apenas a sanção da Presidência da República para entrar em vigor.
Eu realmente sou a favor de leis mais rigorosas e acho ótimo endurecer contra os criminosos, porém... É impressão minha ou estão colocando os 'agentes do estado' acima do cidadão comum?
Se, no Estado Democrático de Direito ninguém está acima da Lei, nem quem tem a obrigação de fazê-las ou fazer com que sejam cumpridas, e somos todos iguais em direitos perante ela, é cabível que, um 'agente de estado' tenha mais valia juridicamente do que um engenheiro, faxineiro, médico, pedreiro, cozinheiro, etc.? Não dá para esquecer; são cinquenta (50!) mil homicídios por ano, e isso já parece uma chacina aleatória, uma prática de tiro ao alvo, não só, obviamente, contra 'agentes de estado'!
Li alguns comentários alegando a favor, que esses, por representarem o Estado, quando agredidos denotaria uma desrespeito ao Estado...
Ora, vivemos em plena Democracia, e somos o Estado. Durante o período militar, ai de quem desrespeitasse a bandeira do Brasil...
Lá na Coreia do Norte, a Ditadura canibalesca está trucidando os parentes do 'grande líder' pelo desrespeito cometido contra "Ele"...
Sou absolutamente a favor de que a bandidagem nasça morta. Se possível...
Mas, para quê me apoquentar, afinal?
Se não me falha a memória, os assassinos confessos de Daniella Perez, covardemente assassinada com dezoito golpes de tesoura por um casal de monstros, crime sem dúvida Hediondo, foram condenados a quase dezenove (19!) anos de prisão (nossa!).
Cumpriram seis anos e foram postos na rua pela nossa generosíssima Lei que, provavelmente, entende que, "matar é humano"...
A jovem assassinada perdeu tudo, sua mãe, parente em primeiro grau, perdeu a única filha e continua vivendo, mas, pela metade...
O ex-casal assassino se deu muito bem; ele, como líder em uma igreja evangélica de renome, ela, como madame em Ipanema... É a vida!
Então, Hediondo ou não, nesse país justiceiro continuará tudo do mesmo tamanho, exceto a sensação crescente de que, por falta de empenho em combater o crime, criam-se ilusões de ótica para as massas que, se sentindo mais protegidas, reelejam esses bons e justiceiros governantes ou seus afilhados.
Com o perdão do pensamento, pois a palavra não vou escrever; nossos caríssimos (R$) Legislativo, Judiciário e Executivo, são, ao meu ver, uma grande m*.
Pronto, falei!