Pitangui, 300 anos, capa não, o orgulho renasceu
O orgulho renasceu. Parafraseando Fernando Pessoa, que achava que o rio mais bonito era o que passava por sua aldeia, digo que não há lugar mais bonito que Pitangui, nem rios mais bonitos que os rios de Pitangui. Nem luar mais bonito que o de Pitangui. Serras, vales, ladeiras, só porque são as serras, vales e ladeiras de Pitangui, só porque são de nossa terra, nada mais. Nenhuma explicação lógica, só as razões do coração. Mas fazem sentido para nós.
Antigamente, quando te perguntavam "você é de onde?", você gaguejava:
- De... De ... perto de Belo Horizonte. De ... perto de Divinópolis. Olha... você conhece Nova Serrana?... É por ali...
Ou então:
- Sou de um lugar a 40 km de Pará de Minas.
Isso foi antigamente. Agora não. Se te perguntam de onde você é, você responde:
- Capa não, sô! Não me diga que não conhece Pitangui!? Pitangui, a Sétima Vila do Ouro de Minas Gerias? Que isso, você tem que conhecer. Sou de Pitangui, cidade histórica.
O orgulho renasceu. O tempo que antecedeu a comemoração dos 300 anos abriu muitas frentes. Facilitada pela democratização da comunicação e da produção cultural pela internet, muitas vozes apareceram para contribuir e se manifestar. Assuntos polêmicos foram tratados, Tabus enfrentados, preconceitos combatidos. Ações foram desenvolvidas, alguns resultados já se veem, outros virão com o tempo, alguns não passarão de boas ideias, mas valeu, pelo menos, a intenção da semente. O certo é que começamos os 301 de outro patamar.
Seja como for, cada qual procurou dar o seu presente. Como em qualquer festa de aniversário, muitos presentes não são o que os aniversariantes querem ou merecem, mas são presentes. Vai fazer falta de educação? Vai devolver? Pitangui ganhou blogs, canais no Youtube, artigos em jornais, revistas, 30 segundos no Manhattan Connection e piriri, pororô, patati, patatá ...
Viva os 300. Amanhã, começa o tricentésimo-primeiro ano. Já pensou no que vamos frojocar?