Razões econômicas, uma questão de gestão!

Vichi mainha agora danou-se. É exatamente assim que diria meu saudoso avô, se vivesse hoje, e ouvisse falar deste tal do novo acordo ortográfico, que está vindo por ai. Com certeza esta será mais uma das muitas mexidas, no tira e põe de regras e métricas ocorrentes na velha (NGB) Nomenclatura Gramatical Brasileira. Meu “voinho” nasceu na Bahia, Soteropolitano arretado, se orgulhava de ser baiano e em bom baianês dizia: a historia nos dá conta, que o Brasil também nasceu na Bahia. O que talvez meu avô não soubesse, é que ao descobrirem que descobriram o Brasil, informaram-lhe que este era lusófono e latino. Bem para encurtar o assunto e economizar o meu latim, devo dizer que meu avô não estava nem aí para a lusofonia ditada por alguns gajos barbudos que providencialmente confundiram o caminho das Índias, com o caminho da Bahia. “Cunvenhamux, adsiver qui lá tembém hevia belais índiax a si benharem na praia ora poix”. Assim aqueles marujos mais perdidos que cego no tiroteio, casualmente descobriram o Brasil e inventaram o termo “acidente de percurso”. Tudo bem, convenhamos que o Brasil seja ainda um adolescente aprendendo a falar, Más e agora como fica o machão brasileiro que bate no peito e diz, aqui tem um homem com “H” maiúsculo, pelo novo acordo não haverá mais homem com “H” qualquer homem será omem, assim como hora será ora, paçoca vira pasoca exame será ezame, e por ai vai, muito em breve leremos assim um texto... Ou será testo? Escrito por um religioso a uma de suas fiéis, “Ora minha senhora, a senhora ora a qualquer ora ou somente ora em uma determinada ora?”.

Luís Vaz de Camões, grande poeta português do século XV, onde quer que esteja certamente não estará gostando nada de saber que sua mais importante obra, “Os Lusíadas” doravante no Brasil, será Os luzíadas. Por falar em Língua portuguesa e grandes autores, Fernando pessoa disse: “Assim como falham as palavras quando querem exprimir qualquer pensamento assim falham os pensamentos quando querem exprimir qualquer realidade” pelo novo acordo ortográfico brasileiro, veja como será escrito este belo pensamento aqui no Brasil: “Asim como faliam as palavras qando gerem esprimir qalqer pensamento”... Sabe estas coisas que a gente vê e ouve por ai, e há quem insista em afirmar que é cultura brasileira? O apresentador de um evento chamado virada cultural, entrevistava um jovem muito talentoso segundo o próprio apresentador, porém o moço assassinava publicamente a nossa já tão deteriorada língua portuguesa e dizia: nois é cantor nois canta purque nois gosta, é purisso qui nóis tem um montão de mina tudu nus nosso pé, nois tem apartamento na praia nois tem uma amaroc e nois só gosta di relojo di oro, nois já vendeu uns quatro milhão di disco tá ligado? Antes que me critiquem pela observação ou digam que falar sobre isto e preconceito, quero dizer que não tenho nada contra este ou aquele movimento, afinal se a TV Cultura diz que isto é cultura, quem sou eu para contestá-la.

A comissão de Educação Cultura e Esporte do governo através de seu Grupo Técnico de Trabalho, empenhados na defesa da implantação do acordo, tem entre outros o seguinte argumento: “Existem razões econômicas, e estudos nos mostram que inicialmente poderemos economizar mais de 2 bilhões só em papeis, e horas de trabalhos pagas aos professores”, Mais uma vez alguém teria que levar a culpa, e novamente sobra, para nossos pobres e expiatórios professores do Brasil.

Idal Coutinho

IDAL COUTINHO
Enviado por IDAL COUTINHO em 30/05/2015
Reeditado em 30/05/2015
Código do texto: T5260517
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