Intensidade
Tanto preciso de você. Preciso tanto que inverto as palavras. Preciso do teu riso, do teu colo, do calor do teu corpo, das tuas risadas, dos teus sonhos.
Tanto preciso de você. E preciso, e quero, e almejo, e cogito se agora não é a hora certa para nós. Os ponteiros dos relógios – tu me conheces, sabes que não gosto de relógios – já percorrem os trezentos e sessenta graus tantas e tantas vezes e ainda me vejo perguntando, me indagando – por que preciso tanto de você? Por quê? Por quê?
Tanto preciso de você. Preciso tanto que inverto as palavras. Preciso do teu humor, da tua irreverência, do teu sexo, da tua calma; preciso da tua loucura, do teu temor, dos teus botões de camisa, da tua voz.
Preciso do teu abraço, do teu beijo, do teu amor. Tanto, tanto, tanto, que de tanto até inverto as palavras e as repito tanto, tanto.
Tanto gosto de você. E por gostar, preciso, necessito, peço, rogo.
Gosto do teu universo. Destas tuas palavras meio desajeitadas, avergonhadas, fugindo às regras gramaticais.
Tanto gosto de você. E tanto, tanto, tanto, que de tanto minha alma ainda é pranto enquanto você está longe.
Preciso tanto que até chego a inverter as palavras, como quem troca a alegria pela tristeza por mera opção, e as repito, e as repito, e as repito, como quem intensamente deseja, e deseja, e deseja, nem que seja por um só instante, todo o teu amor.
O teu riso ainda está dentro de mim. Tanto preciso de você. E ele me faz amar como se tu fosses a única pessoa no mundo.
E a única que tanto assim preciso.